Programa foi lançado no contexto da COP 30, nesta terça-feira (11). O presidente da Conab, Edegar Pretto, comentou a iniciativa em entrevista ao Canal Gov
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) lançou, nesta terça-feira (11/11), na COP 30, o Programa Armazéns Solares, uma das principais iniciativas do programa Conab Verde, que prevê uma série de práticas sustentáveis e transição energética na estatal. A iniciativa marca o início de uma nova fase da Companhia, voltada à geração própria de energia limpa e à modernização de suas unidades armazenadoras.
O Programa prevê instalação de painéis fotovoltaicos em 21 unidades da Conab, reduzindo custos e emissões de carbono e marcando o início da transição energética da estatal rumo à autossuficiência em energia limpa. Em entrevista ao Canal Gov, nesta terça, o presidente da Conab, Edegar Pretto, comentou o assunto.
Nós fizemos um estudo, separamos os primeiros 21 unidades armazenadoras e cada intervenção que a gente vem fazendo de melhorias dos nossos armazéns, a gente trabalha a colocação de placas solares, geração da nossa energia, diminuição da poluição, do carbono, trabalhando a sustentabilidade e também gerando mais lucro para a companhia”, afirmou o presidente.
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A gente quer saber, presidente, em primeira mão aqui, hoje teve o lançamento do projeto Armazéns Solares aqui na COP 30. Como é que esse projeto dos Armazéns Solares, ele pode contribuir na discussão aí da transição energética?
Bom, desde a nossa chegada na Conab em 2023, nós estamos trabalhando a agenda sustentabilidade.
Essa é mais uma que estamos lançando aqui na COP e permita o principal programa que nós operacionalizamos é o PAA, Programa de Aquisição de Alimentos. E ali também nós temos a prioridade da sustentabilidade. Priorizamos a compra de produtos agroecológicos, produtos orgânicos, fizemos um ranqueamento de prioridades e uma das prioridades também é os circuitos curtos.
Se dois projetos têm a mesma semelhança, aquele que encurta mais o caminho entre o produtor e o consumidor tem prioridade. E nós também nos preparamos para a COP 30. Nós lançamos em parceria com a Universidade Federal, lá de Pelotas, no Rio Grande do Sul, um projeto para gerarmos a própria energia que a gente utiliza na Companhia Nacional de Abastecimento.
Nós fizemos um estudo, separamos os primeiros 21 unidades armazenadoras e cada intervenção que a gente vem fazendo e melhorias dos nossos armazéns, a gente trabalha a colocação de placas solares, geração da nossa energia, diminuição da poluição, do carbono, trabalhando a sustentabilidade e também gerando mais lucro para a companhia. Nós começamos já agora, lá no Mato Grosso, já está funcionando, estamos gerando a energia necessária para a nossa unidade armazenadora, agora estamos licitando canoas, e mais três no Paraná, mais um no Mato Grosso do Sul e assim a gente vai cumprindo essa agenda até chegar nos primeiros 21 unidades armazenadoras coberta com placas solares, gerando a energia nessa agenda da sustentabilidade que é uma orientação do nosso governo brasileiro, do nosso presidente Lula.
Muito bem, então não só no armazenamento, mas na produção de alimentos também é possível utilizar energia sustentável?
Completamente sim, primeiro nós começamos nas nossas estruturas, temos esse sonho ousado de até o final do nosso mandato entregar a Conab, gerando pelo menos boa parte da energia que nós gastamos nas nossas estruturas estáticas de armazenamento, aliás, estamos reformulando todos os nossos armazéns, 27 armazéns tinham sido fechados do governo passado, estamos recuperando, temos 64 em funcionamento e todos eles já receberam intervenção e cada centavo que a gente gasta, a gente faz esses cálculos de como a gente economiza mais, fazendo gestão e principalmente incluindo na agenda da sustentabilidade e a compra dos alimentos vai nessa mesma direção.
O programa de aquisição de alimentos que eu falava, as compras públicas que nós estamos adquirindo pela Conab, mas também auxiliando outros órgãos do governo, como as universidades, como os hospitais universitários, restaurantes das universidades, dos institutos federais, agora das forças armadas, do exército, da marinha, da aeronáutica, a gente empresta toda essa rede de fornecedores, que são 5.700 cooperativas, espalhada em todos os estados do nosso país e essa rede a gente trabalha a prioridade na produção, na compra de produtos agroecológicos, produção orgânica, que é também uma forma da gente combater a fome, combater a desnutrição, com os nutrientes necessários, mas com comida saudável, porque alimentar a população com comida boa, comida sadia, como se diz no interior, é também gastar menos com saúde pública.
Então tem todo um projeto envolvido na orientação que a Companhia Nacional de Abastecimento faz, que o governo do presidente Lula, de modo geral, está fazendo e nós seguimos esta mesma orientação, como eu disse, nos preparamos para a COP, para a COP 30 e pudemos hoje lançar esse programa muito ousado, inovador, na agenda da sustentabilidade.
Certo, o projeto, então, ele contribui para a economia de recursos da Conab.
Traz economia, menos carbono jogado no ambiente e com isso, obviamente, deixar as reformas com tecnologia de ponta. Tem unidades armazenadoras, que também nós temos pleito dos municípios, dos administradores, dos estados, para que a gente possa também nas estruturas da Conab instalar ponto de abastecimento elétrico, já que estamos gerando a nossa energia em parceria com as concessionárias, tem toda uma complexidade aí, mas nós estamos trabalhando também nesta agenda em contribuir com as cidades nas regiões metropolitana, com essa agenda também da questão dos veículos elétricos, que precisa cada vez mais. A Conab recebe muitos caminhões, muitas carretas que vêm trazer produção para a nossa política de volta dos estoques públicos e a gente quer ter também, especialmente aonde tem mais volume, a possibilidade do abastecimento nos veículos elétricos.
Presidente, a gente não pode deixar de falar sobre a questão dos eventos climáticos extremos e que isso acaba afetando a população, principalmente a população de baixa renda. Queria que o senhor falasse para a gente como que a Conab atua para levar suporte a comunidades eventualmente afetadas por eventos climáticos. A gente acompanhou ultimamente no Paraná e, claro, o cenário que ficou devastador lá no Rio Grande do Sul. Como é que a Conab atua nesse cenário?
A Conab é um dos primeiros órgãos que chega junto com a defesa civil. As pessoas precisam primeiramente do socorro, do resgate, quando é necessário, e precisa garantir alimentação aos que ficam fora de casa. Tu falastes do Rio Grande do Sul, foram 400 mil pessoas que ficaram desabrigadas, que foram para os abrigos, que foram para locais onde o Estado teve que garantir esse básico, que é a cobertura, que é o teto e que é a alimentação.
Só no Rio Grande do Sul, na ação que nós fizemos no ano passado, foram mais de 200 mil cestas de alimentos que nós garantimos. Hoje mesmo, aqui da COP30, eu fiz, de uma forma online, a entrega de 1.400 cestas de alimentos para as famílias atingidas lá no Paraná. A gente tem condições agora, pelos estoques públicos que a Conab voltou a ter, ter essa segurança.
Nós temos cestas de alimentos, em conjunto com o MDS, nos principais estados que têm essa oscilação climática, que chega à mudança climática mais força, como é os estados do Sul. Com isso, a gente tem condições de socorrer, garantir esse básico com rapidez, com agilidade, alcançando a mão amiga do governo federal, para aqueles que mais precisam. Mesmo naquela tragédia humanitária, que o presidente Lula mostrou para o mundo, a questão lá dos Yanomamis, em 2023, o presidente Lula determinou que o governo brasileiro é que vai cuidar de garantir a alimentação para aquela população.
Já são 175 mil cestas de alimentos que a Conab comprou e que garantiu a distribuição em parceria com o MDS e com a FUNAI. Lá, eu tive a oportunidade de ver, há dias atrás, lá naquele mesmo território, que o governo brasileiro mostrou crianças desnutridas, crianças perdendo a vida, aquelas mesmas crianças, agora alimentadas, nutridas, subindo em árvores, brincando com os animais, porque lá chegou o orçamento público, lá chegou a mão do governo federal, numa complexidade extraordinária. A gente compra cestas, caminhão leva até a unidade armazenadora em Boa Vista, Roraima, de lá segue pelo rio de barco, deu a seco ano passado, tinha locais que o barco não trafegava mais, tivemos que contratar o helicóptero, toda essa logística para garantir que nos locais mais distantes, aonde o povo mais precisa, tenha a presença da política pública.
E não por acaso que nós saímos do mapa da fome, eu fiquei orgulhoso quando eu vi a ONU descrever que os principais instrumentos do governo federal utilizado está também a Conab e um programa generoso como é o PA, que está completando 22 anos.
Perfeito, e aqui na COP é uma oportunidade também de uma troca de experiência com outros países, também o Brasil demonstrar todo esse conhecimento, esse know-how, para outros países também poderem aplicar nas suas realidades, né?
Exatamente, o presidente Lula, o que diz para as outras nações que essa tem que ser a COP da Verdade, o presidente também cobra as ações dos nossos, dos membros do nosso governo federal e toda a estrutura do governo federal que tragam para a COP 30 a verdade, qual é as ações concretas, o que nós estamos conseguindo mudar verdadeiramente através das políticas públicas do governo do Brasil nas pessoas, um projeto que ninguém fica para trás, mas com prioridade absoluta para aqueles e aquelas que mais precisam.
Agora mesmo participei aqui na COP também no dia de hoje, junto com a ministra Esther Dweck, lançando a plataforma Contrata Mais Brasil, a Conab assessorou, ajudou muito também com toda a nossa expertise adquirida no programa de aquisição de alimentos, veja bem, nós temos uma demanda esse ano de R$ 1 bilhão e 900 milhões e toda essa compra que a gente faz é com dispensa de fiscalização, é com a plataforma muito comprometida com a transparência, a qualquer momento os órgãos de fiscalização fazem auditoria, vão lá ver presencialmente, nós temos condições de auferir a compra e também a entrega de uma forma instantânea e toda essa expertise da Conab nós ajudamos agora a formular a plataforma do Contrata Mais Brasil, que é facilitar para todos os órgãos públicos que queiram usar a plataforma do governo federal para fazer compras de alimentos com agilidade, com segurança, garantindo que a comida chegue o mais rápido possível entre o produtor até o consumidor final.