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Governo

Marina Silva: ‘Dizer que amamos o Criador e destruirmos a criação é incoerente’

3 de outubro de 2025
Marina Silva: 'Dizer que amamos o Criador e destruirmos a criação é incoerente'
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Ministra do Meio Ambiente representou o Governo do Brasil em encontro com lideranças espirituais de todo o mundo, em Roma. Encontro no Vaticano destacou papel das religiões pela ação climática

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Todas as fés Trilha para a COP30

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou que as religiões têm responsabilidade e podem contribuir muito para o avanço da pauta da proteção ambiental.

Boa parte das coisas que fazemos é motivada pela ética das circunstâncias, quando deveria ser baseada na ética dos valores. Dizer que amamos o Criador e destruirmos a criação é totalmente incoerente”, disse Marina.

A ministra e mais de 30 lideranças religiosas e espirituais de todo o mundo se reuniram no Borgo Laudato Si’, espaço do Vaticano nos arredores de Roma, na Itália, na última quarta-feira (1/10), para discutir como as diferentes formas de fé podem contribuir para intensificar as medidas enfrentamento à mudança do clima a nível global.

As discussões ocorreram no âmbito do Balanço Ético Global (BEG), um dos instrumentos pelos quais a COP30, Conferência do Clima da ONU que ocorre em Belém (PA) em novembro, mobiliza a sociedade para criar um mutirão mundial pela ação climática.

O diálogo foi promovido pelo Movimento Laudato Si’, dedicado a divulgar e aplicar os princípios da encíclica publicada pelo Papa Francisco em 2015, que convoca a humanidade a colaborar pela construção e preservação da casa comum, juntando esforços para combater a crise do clima. O evento também teve o apoio das organizações Green Faith e Dandelion.

Liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral da ONU, António Gutérres, o BEG traz a reflexão, baseada na ética e na cultura, sobre até onde avançamos e os caminhos que ainda devem ser percorridos para que o planeta não ultrapasse a marca de 1,5ºC de aquecimento médio em relação aos níveis pré-industriais, principal meta do Acordo de Paris. Discute, ainda, as razões pelas quais persiste a lacuna entre o que diz a ciência e o que efetivamente fazemos para combater as raízes do aquecimento global.

A iniciativa se deu a partir de Diálogos Regionais realizados de junho a outubro em todos os continentes e de Diálogos Autogestionados promovidos por diversos setores e movimentos da sociedade civil em diferentes países, como o ocorrido no Vaticano.

Todas as fés

Lá, lideranças católicas, protestantes, muçulmanas, indígenas, de religiões de matriz africana e judaicas construíram um debate respeitoso às diferenças que, ao mesmo tempo, destacou o objetivo compartilhado do cuidado com a casa comum e as diversas formas de vida que a habitam.

A ministra Marina Silva pontuou que a humanidade vive um contexto geopolítico desafiador, marcado pelos impactos crescentes da mudança do clima e guerras bélicas e tarifárias. “A contribuição das religiões nesse momento é muito importante”, afirmou.

Para ela, o “Balanço Ético Global vem para mostrar o quanto é antiético assumirmos compromissos e não cumprirmos com eles. Ao longo das três décadas de existência da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, muitas decisões foram tomadas, mas não implementadas.”

A ex-presidente da Irlanda e co-líder do BEG na Europa, Mary Robinson, ressaltou que a iniciativa tem funcionado como um espaço para que as pessoas possam se expressar livre e plenamente em comunidade e de modo individual. Ela defendeu que as ideias apresentadas durante o processo inspirem a criação de Contribuições Determinadas pelas Pessoas, em contraponto às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que trazem as metas de redução de emissões de gases-estufa dos países sob o Acordo de Paris.

“As NDCs não são ambiciosas o suficiente, não nos colocam na trajetória correta. Mas as pessoas que têm construído este Balanço Ético vão mostrar que, quando são ouvidas, fazem a diferença”, disse.

Lorna Gold, diretora-executiva do movimento Laudato Si’, destacou que o BEG é uma maneira de levar “a ética, a moralidade e a espiritualidade para a COP30”, em sintonia com as propostas do Papa Francisco na encíclica.

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Encontro reuniu lideranças de diversas religiões e locais do mundo – Foto: Ascom MMA

O diálogo ocorreu às vésperas da abertura da conferência Espalhando Esperança, realizada pelo Vaticano para celebrar os dez anos da Laudato Si’. O Papa Leão XIV e Marina Silva discursaram na cerimônia, e, poucos antes, reuniram-se brevemente, oportunidade em que a ministra reforçou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o pontífice participe da COP30 (leia mais aqui ).

Trilha para a COP30

O BEG parte do princípio de que a humanidade já dispõe das soluções técnicas para realizar a transformação ecológica – o que falta é o compromisso ético para executá-las. O objetivo é apontar possibilidades para que isso aconteça, mirando um futuro sustentável e próspero construído a partir da ciência moderna, saberes ancestrais de populações indígenas e povos e comunidades tradicionais e soluções climáticas praticadas por pessoas ao redor do mundo.

O ponto central são as resoluções do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, pactuado na COP28 após o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris. Por meio desse acordo, quase 200 países concordaram em triplicar as energias renováveis, duplicar sua eficiência, interromper o desmatamento e traçar o caminho para o fim do uso dos combustíveis fósseis de maneira justa, ordenada e equitativa.

Os resultados das discussões em cada um dos Diálogos Regionais foram consolidados em relatórios regionais que, por sua vez, servirão de base a um relatório-síntese a ser entregue à presidência da COP30, ao presidente Lula e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na Pré-COP, em outubro, em Brasília, para que seja considerado nas negociações climáticas que ocorrerão na conferência.

Por assessoria do Ministério do Meio Ambiente. Editado por Isaías Dalle

Assuntos Governo
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