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Araras-canindés retornam ao Parque Nacional da Tijuca após mais de 200 anos de extinção da espécie no RJ

18 de junho de 2025
Araras-canindés retornam ao Parque Nacional da Tijuca após mais de 200 anos de extinção da espécie no RJ
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O Parque Nacional da Tijuca recebeu, no dia 6 de junho, quatro araras-canindés (Ara ararauna) que marcam o início de um processo histórico de reintrodução dessa espécie na cidade do Rio de Janeiro – de onde elas foram extintas há mais de 200 anos. A iniciativa é realizada pelo Refauna com o apoio do Instituto Chico Mendes e diversos parceiros, o que representa um trabalho em conjunto para concretizar um passo fundamental na restauração ecológica de um dos biomas mais biodiversos e mais devastados do planeta: a Mata Atlântica.

Agora, no Parque Nacional da Tijuca, as araras passarão por uma etapa de aclimatação dentro de um recinto construído pela Unidade de Conservação para as novas moradoras. Aos poucos, elas serão expostas ao ambiente natural antes da soltura definitiva. Essa preparação inclui contato com alimentos nativos, estímulo ao comportamento de voo e adaptação a estruturas, como os ninhos artificiais que foram especialmente projetados para as canindés. A chegada desses animais é resultado de um trabalho coordenado que envolveu exames sanitários, seleção comportamental e extremo cuidado com o bem-estar animal.

A arara-canindé é uma espécie nativa amplamente distribuída pela América do Sul, mas foi extinta do estado do Rio de Janeiro há mais de duzentos anos, principalmente por causa da caça e da perda de habitat. O último registro confirmado de araras em vida livre no município do Rio foi no ano de 1818, de uma captura de Johann Natterer. A ausência dessas aves significa mais do que o desaparecimento de um animal carismático: significa a interrupção de processos ecológicos essenciais, como a dispersão de sementes de grandes árvores que são fundamentais para a saúde da maior floresta urbana replantada do mundo.

A Mata Atlântica perdeu muitas das espécies da flora e da fauna ao longo dos últimos séculos. Mesmo onde há floresta, ela muitas vezes está silenciosa, vazia. Ao trazer de volta animais como as araras, estamos restaurando funções ecológicas e sons e ajudando a natureza a se regenerar”, explica o Biólogo da UFRJ e Diretor Executivo do Refauna, Marcelo Rheingantz.

Para o Gerente Regional Sudeste do ICMBio, Breno Herrera, a chegada dessas aves é um marco para a sociedade. “Saber que as araras estão voltando é um sinal para o Brasil e o mundo de que as nossas Unidades de Conservação cumprem o seu papel de proteger o ecossistema em seus limites. O Parque Nacional da Tijuca, por exemplo, como está com sua integridade consolidada, é capaz de oferecer os recursos que esses animais nativos precisam. Depois de o Refauna conduzir uma bem-sucedida reintrodução de bugios, cutias e jabutis-tinga, agora recebemos, com muita felicidade, as araras-canindés. Elas simbolizam também voos mais altos para todas as espécies da fauna que ainda podem voltar a ocupar as nossas florestas”, explica Breno.

Dentro da Floresta da Tijuca, no período de aclimatação, as araras serão alimentadas duas vezes ao dia. Elas terão o seu comportamento observado em todas as sessões de alimentação e, em alguns momentos, entre as duas sessões de alimentação diárias. O Refauna ainda vai monitorar a interação das araras com os alimentos oferecidos, a interação social entre os indivíduos, a habilidade de voo, o comportamento em geral e as condições físicas de cada animal. Quando ocorrer a soltura, o que ainda não é possível determinar, mas estima-se que seja daqui a seis meses, os pesquisadores vão manter a oferta de suplementação alimentar, mas em plataformas suspensas, e a observação das condições físicas e do comportamento dos indivíduos que retornarem a essas plataformas.

Como a refaunação da Mata Atlântica vem ocorrendo no Rio de Janeiro

As aves (um macho e três fêmeas) vieram do Parque Três Pescadores, em Aparecida (SP), que abriga o Refúgio das Aves, um centro de acolhimento e reabilitação de animais silvestres, e que não possuem comportamento de domesticação. “O trabalho de reabilitação realizado no Refúgio das Aves é uma ferramenta poderosa para a conservação da biodiversidade, para evitar a extinção dessas espécies e das interações ecológicas na natureza. Conseguimos manter populações de reserva, viáveis e com capacidade de retornarem para a natureza”, explica a bióloga do Refauna, Juliana Fernandes.

O Refauna é um programa de restauração ecológica iniciado em 2010. Já reintroduziu espécies como a cutia-vermelha, o jabuti-tinga e o bugio-ruivo no Parque Nacional da Tijuca, e a anta na Reserva Ecológica de Guapiaçu. A reintrodução da arara-canindé se alinha à missão de restaurar não só a biodiversidade, mas também as interações ecológicas, o equilíbrio funcional dos ecossistemas e reconectar pessoas com a natureza.

Essa iniciativa responde a um desafio global da conservação: o combate à defaunação — a perda de espécies animais. Segundo estudos, a ausência de fauna compromete a manutenção da floresta e o funcionamento do ecossistema, mesmo em áreas protegidas.

Com registros históricos que remontam ao século XVI, a presença das araras no Rio de Janeiro está profundamente ligada à paisagem original da Mata Atlântica. O sobrevoo dessas aves sobre os céus do Rio de Janeiro só é possível graças à união de muitos parceiros, como a Arca do Noah, NationalGeographic Society, Ecomimesis, HartwigStiftung, CRAS – UNESA, PucRio, UFRJ, UFRRJ, Log Nature, Parque Nacional da Tijuca, INEA-RJ, Parque Três Pescadores, ICMBio-CEMAVE, ETamussino, Tatiana Tamussino Ferreira, Guilherme Marieto – DOCBird, IdeaWild, Instituto Luisa Pinho Sartori, Rocha Moura LTDA., Instituto Fauna Brasil e Neiva Guedes.

Foto: Flavia Zagury
Foto: Flavia Zagury
 
Foto: Flavia Zagury
Foto: Flavia Zagury
Foto: Fotos: Flavia Zagury
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Foto: Fotos: Flavia Zagury
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