Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Accept
O Presidente
Facebook Like
Twitter Follow
Instagram Follow
O PresidenteO Presidente
Pesquisar
  • Principal
Follow US
© Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Governo

Metade das cidades brasileiras está em alta vulnerabilidade climática, aponta relatório

17 de setembro de 2025
Metade das cidades brasileiras está em alta vulnerabilidade climática, aponta relatório
Compartilhar

No Brasil, 2.801 dos 5.570 municípios já estão em situação de alta ou muito alta vulnerabilidade climática, segundo a plataforma Adapta Brasil. O dado integra o relatório Cidades Verdes-Azuis Resilientes, que reúne conhecimento científico e tecnológico atualizado para apoiar com informações programas e ações de governos e empresas e a própria sociedade na construção de ambientes urbanos mais preparados e sustentáveis diante da crise climática. O documento foi lançado pelo Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas ( Simaclim ).

Tópicos da matéria
Soluções baseadas na natureza Políticas públicas

Os desastres que provocam cada vez maior instabilidade social não são causados pelo evento climático em si, mas pela interação desse evento com a vulnerabilidade do território, das pessoas e do ambiente construído exposto. O documento reforça que, sem enfrentar a desigualdade, a adaptação não será transformadora, consistente ou duradoura.

O texto também alerta para os riscos de respostas somente reativas — como canalização de rios ou piscinões isolados —, que podem, inclusive, agravar a situação dependendo dos efeitos não planejados, principalmente sobre justiça socio-climática .

Segundo o texto, o Brasil tem 12.348 favelas e comunidades urbanas, com 16,5 milhões de pessoas. Mais de 8,2 milhões delas vivem em áreas sujeitas a inundações, enxurradas e deslizamentos. Apesar desse cenário, metade dos municípios não tem plano diretor atualizado e, mesmo entre os que têm, há pouca integração com planos climáticos.

Outro dado alarmante é que, em 2023, o País foi o que mais registrou deslocamentos internos por desastres nas Américas, com 745 mil pessoas atingidas. O número de eventos extremos relacionados à chuva também triplicou desde os anos 1990, e os prejuízos já somam R$ 132 bilhões somente nessa década.

O trabalho apresenta diagnóstico e soluções para setores estratégicos, como uso e ocupação do solo, áreas naturais, mobilidade e transporte, saneamento e habitação social. A principal proposta é o planejamento urbano integrado, preventivo e participativo, baseado em uma “adaptação transformativa”: mudanças estruturais capazes de enfrentar a desigualdade como raiz da vulnerab ilidade e promover justiça climática.

“Temos desafios múltiplos. Isso só vai ser possível se fizermos um esforço de inclusão. Não tem como produzir cidades justas sem que as pessoas participem das decisões. Precisamos de um esforço coletivo em todas as escalas, do global ao local, e uma integração de setores da sociedade e de gestão pública. Isso é necessário para o que a gente chama de adaptação transformativa”, afirma a professora de urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e autora-organizadora do relatório, Maria Fernanda Lemos.

Soluções baseadas na natureza

O projeto aprofunda que a preservação e a restauração da infraestrutura verde e azul são essenciais para enfrentar enchentes, ilhas de calor, poluição e crises hídricas. As chamadas soluções baseadas na natureza ( SbN ) promovem a integração entre sistemas urbanos e ecossistemas, por meio de corredores ecológicos, arborização urbana, recuperação de corpos d’água, telhados verdes e colos permeáveis, entre outras soluções. Entre os benefícios estão o aumento da biodiversidade, o equilíbrio hídrico, a redução de temperaturas e a melhoria da qualidade do ar.

As mudanças também impactam diretamente a saúde. Ambientes verdes contribuem para reduzir doenças como hipertensão, que atinge 27,9% da população brasileira, incentivam a prática de atividade física e ajudam a diminuir a poluição do ar. No entanto, o acesso a esses espaços ainda é desigual: bairros ricos concentram áreas verdes estruturadas, enquanto a população pobre depende de áreas periurbanas sem infraestrutura.

No Brasil, o Cadastro Ambiental Urbano (CAU) é apontado como instrumento do Ministério do Meio Ambiente e Mudança de Clima para ampliar e qualificar áreas verdes, mas a implementação dele ainda é limitada pelas prefeituras. Outros mecanismos em destaque são os Planos Municipais da Mata Atlântica (PMMA) e planos de floresta urbana, que permitem mapear áreas prioritárias e reduzir desigualdades no acesso ao verde.

Políticas públicas

Para transformar cidades em territórios verdes, azuis e resilientes, o relatório defende uma governança inclusiva, que envolva diferentes setores e escalas. O sucesso da adaptação climática urbana depende do fortalecimento da capacidade técnica dos municípios e de mecanismos de financiamento inovadores, como fundos internacionais (Green Climate Fund, BID, C40 Cities Finance Facility ) e instrumentos nacionais (IPTU progressivo, outorga onerosa e operações urbanas consorciadas).

A educação climática também é apontada como essencial, assim como a participação social, que deve ser um pilar para consolidar apoio político e popular às medidas de resiliência. O documento conclui que a construção de cidades sustentáveis no Brasil exige articulação entre planejamento urbano, justiça social e preservação ambiental, garantindo a universalização dos benefícios e a redução das desigualdades.

Assuntos Governo
Compartilhar este artigo
Facebook Twitter Email Copy Link Print

Você pode gostar também

João Brant: 'A desinformação reforça o negacionismo, dificulta e atrasa a ação climática'
Governo

João Brant: ‘A desinformação reforça o negacionismo, dificulta e atrasa a ação climática’

13 de novembro de 2025
‘Países ricos têm de cumprir seu papel. Nós já entregamos mais do que pactuamos’
Governo

‘Países ricos têm de cumprir seu papel. Nós já entregamos mais do que pactuamos’

13 de novembro de 2025
MME anuncia decreto que regulamenta hidrogênio de baixa emissão de carbono
Governo

MME anuncia decreto que regulamenta hidrogênio de baixa emissão de carbono

13 de novembro de 2025
Brasil lança plano para ampliar arborização em áreas urbanas
Governo

Brasil lança plano para ampliar arborização em áreas urbanas

13 de novembro de 2025
Brasil lança Plano de Ação em Saúde de Belém para fortalecer sistemas de saúde globais
Governo

Brasil lança Plano de Ação em Saúde de Belém para fortalecer sistemas de saúde globais

13 de novembro de 2025
Ministério lança mapeamento do turismo em comunidades indígenas no Brasil
Governo

Ministério lança mapeamento do turismo em comunidades indígenas no Brasil

13 de novembro de 2025
AGU cobra R$ 476 milhões de infratores ambientais em 40 ações civis públicas
Governo

AGU cobra R$ 476 milhões de infratores ambientais em 40 ações civis públicas

13 de novembro de 2025
Entenda como a digitalização do SUS contribui para a preservação do meio ambiente
Governo

Entenda como a digitalização do SUS contribui para a preservação do meio ambiente

13 de novembro de 2025
Indígenas precisam de financiamento para continuar protegendo o planeta, afirma Sonia Guajarara
Governo

Indígenas precisam de financiamento para continuar protegendo o planeta, afirma Sonia Guajarara

13 de novembro de 2025
Trocar vantagem competitiva por vantagem colaborativa é o futuro, diz Marina
Governo

Trocar vantagem competitiva por vantagem colaborativa é o futuro, diz Marina

13 de novembro de 2025
Com política pública, Brasil pode se tornar líder em terras raras, aposta pesquisador
Governo

Com política pública, Brasil pode se tornar líder em terras raras, aposta pesquisador

13 de novembro de 2025
Comunicações leva internet a 811 Unidades Básicas de Saúde em áreas remotas
Governo

Comunicações leva internet a 811 Unidades Básicas de Saúde em áreas remotas

13 de novembro de 2025
O PresidenteO Presidente