Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e os Termos de Uso.
Accept
O Presidente
Facebook Like
Twitter Follow
Instagram Follow
O PresidenteO Presidente
Pesquisar
  • Principal
Follow US
© Foxiz News Network. Ruby Design Company. All Rights Reserved.
Governo

Aquecimento global repete história da exploração econômica, argumenta Lula

7 de novembro de 2025
Aquecimento global repete história da exploração econômica, argumenta Lula
Compartilhar

Em discurso na sessão temática ’10 anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento’, em Belém, presidente afirma que taxação dos super-ricos e troca de dívidas nacionais por ações ambientais são instrumentos para reverter crise histórica, que repete a lógica da exploração

Tópicos da matéria
Leia o discurso:Fazer da COP 30 a COP da verdade implica reconhecer a ciência e os inegáveis progressos.Significa, entretanto, admitir uma verdade desagradável: o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris.O Acordo se baseia no entendimento de que cada país fará o melhor que estiver a seu alcance para evitar um aquecimento de mais de um grau e meio.O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível?A resposta é: ainda não.Sem meios de implementação adequados, exigir ambição dos países em desenvolvimento é injusto e irrealista.Hoje só uma pequena parcela do financiamento climático chega ao mundo em desenvolvimento.O imposto mínimo sobre corporações multinacionais e a tributação do patrimônio de super-ricos podem gerar recursos valiosos para a ação climática.Faço um chamado a todos vocês.Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo.A Terra é única. A humanidade é uma só. A resposta tem de vir de todos, para todos.Em vez de abandonar as esperanças, podemos construir juntos uma nova era de prosperidade e igualdade.Acesse aqui a página oficial da COP 30 • E aqui a lista de notícias da COP 30 na Agência Gov 

No final da tarde desta sexta-feira (7/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na sessão temática ’10 anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento’, realizada em Belém (PA).

Logo na abertura, o presidente recorreu a outro brasileiro famoso por sua luta contra a fome e a exploração econômica, Josué de Castro, para acentuar a longa trajetória de injustiças sociais praticadas internacionalmente, inclusive por parte de países e blocos uns sobre os outros, para dar forte conotação política a seu próprio discurso.

“Na primeira Conferência do Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, o geógrafo brasileiro Josué de Castro enfatizou a diferença entre crescer e se desenvolver. Ele disse que crescer é fácil, mas se desenvolver equilibradamente é um objetivo tão difícil que nenhum país do mundo teria sido capaz de atingi-lo”, afirmou Lula.

Seguindo essa lógica, Lula construiu uma argumentação que associa diretamente a exploração econômica de povos sobre outros à raiz da crise climática que assola o mundo.

Tanto quanto os efeitos sociais da longa trajetória de exploração, a crise climática, segundo Lula, só pode ser superada com distribuição de renda e responsabilização dos mais ricos que não contribuem com os projetos indispensáveis ao conjunto da humanidade.

É viável trabalhar por uma transição justa, em que o Sul Global tenha as oportunidades que lhe foram negadas no passado. Podemos avançar rumo ao futuro sem abrir mão de reivindicar daqueles que mais se beneficiaram historicamente das emissões que façam jus a suas responsabilidades”, disse Lula

“Estão na América Latina, na Ásia e na África as regiões que correm o risco de se tornarem inabitáveis. Estão no Caribe e no Pacífico as ilhas que podem desaparecer”, prosseguiu. 

Omitir-se é sentenciar novamente aqueles que já são os condenados da Terra”, sentenciou o presidente brasileiro.

Lula cobrou, como já fizera em outros espaços multilaterais nos últimos anos, que é necessário reverter essa lógica com uma contribuição financeira maior por parte dos grandes poluidores e instrumentos como a troca de dívidas por ações climáticas, pois não é justo que os países mais prejudicados, social e ambientalmente, arquem com esse tipo de custo financeiro.

A maioria dos recursos ainda é oferecida sob a forma de empréstimos. Não faz sentido, ético ou prático, demandar a países em desenvolvimento que paguem juros para combater o aquecimento global e fazer frente a seus efeitos. Isso representa um financiamento reverso, fluindo do Sul para o Norte Global”, afirmou.

“Instrumentos de troca de dívida por ação climática já se provaram viáveis.  O enfrentamento da mudança do clima deve ser visto como um investimento, não como um gasto”, disse ainda Lula.

O presidente brasileiro lembrou que há responsabilidades também por parte de entes privados, na questão climática contemporânea. E que isso deve ser colocado sobre a mesa.

“As exigências crescentes de adaptação vão requerer esforço ainda maior de financiamento. Sem incluir o capital privado, a conta não fechará. A maior parte da riqueza mundial gerada nas últimas quatro décadas foi apropriada por indivíduos ou empresas.  Ao mesmo tempo, os orçamentos nacionais encolheram”, disse.

E arrematou o ponto:

Um indivíduo pertencente ao 0,1% mais rico do planeta emite, em um único dia, mais carbono do que os 50% mais pobres da população mundial durante um ano inteiro. É legítimo exigir dessas pessoas uma maior contribuição”.

Leia o discurso:

“Na primeira Conferência do Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, o geógrafo brasileiro Josué de Castro enfatizou a diferença entre crescer e se desenvolver.

Ele disse que crescer é fácil, mas se desenvolver equilibradamente é um objetivo tão difícil que nenhum país do mundo teria sido capaz de atingi-lo.   

As Contribuições Nacionalmente Determinadas são o caminho para concretizar o ideal do desenvolvimento sustentável.

Segundo a Agência Internacional de Energia, no ano passado, o crescimento das emissões foi inferior ao do PIB global.

Isso mostra que é possível pensar em um novo modelo de economia sem sacrificar a geração de riqueza.

É viável trabalhar por uma transição justa, em que o Sul Global tenha as oportunidades que lhe foram negadas no passado.

Podemos avançar rumo ao futuro sem abrir mão de reivindicar daqueles que mais se beneficiaram historicamente das emissões que façam jus a suas responsabilidades.    

Estão na América Latina, na Ásia e na África as regiões que correm o risco de se tornarem inabitáveis.

Estão no Caribe e no Pacífico as ilhas que podem desaparecer.    

Omitir-se é sentenciar novamente aqueles que já são os condenados da Terra.   

Fazer da COP 30 a COP da verdade implica reconhecer a ciência e os inegáveis progressos.

Significa, entretanto, admitir uma verdade desagradável: o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris.

O Acordo se baseia no entendimento de que cada país fará o melhor que estiver a seu alcance para evitar um aquecimento de mais de um grau e meio.

O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível?

A resposta é: ainda não.

Cem países, representando quase 73% das emissões globais, apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas.

Em sua maioria, as novas NDCs avançaram ao abranger todos os setores econômicos e todos os gases do efeito estufa.

Mas o planeta ainda caminha para um aquecimento de cerca de dois graus e meio.    

No que depender do Brasil, Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris.

Isso significa não apenas implementar o que já foi acordado, mas também adotar medidas adicionais capazes de preencher a lacuna entre a retórica e a realidade.

Sem meios de implementação adequados, exigir ambição dos países em desenvolvimento é injusto e irrealista.

O Mapa do Caminho Baku-Belém mostra que, com vontade política, temos alternativas para chegar à meta de um trilhão e trezentos bilhões de dólares por ano.

Hoje só uma pequena parcela do financiamento climático chega ao mundo em desenvolvimento.

A maioria dos recursos ainda é oferecida sob a forma de empréstimos.

Não faz sentido, ético ou prático, demandar a países em desenvolvimento que paguem juros para combater o aquecimento global e fazer frente a seus efeitos. 

Isso representa um financiamento reverso, fluindo do Sul para o Norte Global.

Instrumentos de troca de dívida por ação climática já se provaram viáveis.  

O enfrentamento da mudança do clima deve ser visto como um investimento, não como um gasto.

As exigências crescentes de adaptação vão requerer esforço ainda maior de financiamento. 

Sem incluir o capital privado, a conta não fechará.

A maior parte da riqueza mundial gerada nas últimas quatro décadas foi apropriada por indivíduos ou empresas.

 Ao mesmo tempo, os orçamentos nacionais encolheram.

Um indivíduo pertencente ao 0,1% mais rico do planeta emite, em um único dia, mais carbono do que os 50% mais pobres da população mundial durante um ano inteiro.

É legítimo exigir dessas pessoas uma maior contribuição.

O imposto mínimo sobre corporações multinacionais e a tributação do patrimônio de super-ricos podem gerar recursos valiosos para a ação climática.

Os mercados de carbono também podem se tornar importantes fontes de receita pública, mas só ganharão escala se os países caminharem na direção de parâmetros comuns.

É esse o objetivo da Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono lançado pelo Brasil, pela China e pela União Europeia.     

Ainda há tarefas pendentes a serem concluídas pela ação multilateral.

É crucial definir metodologias melhores para contabilizar o financiamento climático.

O comércio internacional requer regras ambientais que sejam equitativas e decididas coletivamente.

Os bancos multilaterais precisam ser maiores, melhores e mais eficazes.

A proposta de criação de um Conselho do Clima, que já tive a oportunidade de apresentar ao G20 e à Assembleia Geral da ONU, é uma forma de dar ao desafio da implementação a estatura política que ele merece.

Faço um chamado a todos vocês.

Não existe solução para o planeta fora do multilateralismo.

A Terra é única. A humanidade é uma só. A resposta tem de vir de todos, para todos.

Em vez de abandonar as esperanças, podemos construir juntos uma nova era de prosperidade e igualdade.

Muito obrigado.”


Acesse aqui a página oficial da COP 30 • E aqui a lista de notícias da COP 30 na Agência Gov


 

Assuntos Governo
Compartilhar este artigo
Facebook Twitter Email Copy Link Print

Você pode gostar também

Lula: 'Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris'
Governo

Lula: ‘Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris’

7 de novembro de 2025
Líderes assinam Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática centrada nas pessoas
Governo

Líderes assinam Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática centrada nas pessoas

7 de novembro de 2025
'Estamos propondo é um fundo onde remunera por floresta em pé', diz Garo Batmanian
Governo

‘Estamos propondo é um fundo onde remunera por floresta em pé’, diz Garo Batmanian

7 de novembro de 2025
O Fundo Florestas Tropicais para Sempre é destaque da Voz do Brasil desta sexta
Governo

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre é destaque da Voz do Brasil desta sexta

7 de novembro de 2025
Itaipu leva à COP 30 experiências com catadores de recicláveis e energia limpa
Governo

Itaipu leva à COP 30 experiências com catadores de recicláveis e energia limpa

7 de novembro de 2025
Papai Noel dos Correios começa em todo o país
Governo

Papai Noel dos Correios começa em todo o país

7 de novembro de 2025
Ministérios defendem resolução sobre aborto legal para meninas vítimas de estupro
Governo

Ministérios defendem resolução sobre aborto legal para meninas vítimas de estupro

7 de novembro de 2025

Lula: ‘A Terra não comporta mais o uso intensivo de combustíveis fósseis’

7 de novembro de 2025
Jader Filho celebra ‘ousadia’ do Governo do Brasil de levar a COP na Amazônia
Governo

Jader Filho celebra ‘ousadia’ do Governo do Brasil de levar a COP na Amazônia

7 de novembro de 2025
INSS implanta perícia médica presencial no Arquipélago do Marajó
Governo

INSS implanta perícia médica presencial no Arquipélago do Marajó

7 de novembro de 2025
PRF alerta: vídeo de policial rodoviário federal anunciando CNH é fraude
Governo

PRF alerta: vídeo de policial rodoviário federal anunciando CNH é fraude

7 de novembro de 2025
Brasil assume liderança do grupo de trabalho da ONU sobre Turismo e Ação Climática
Governo

Brasil assume liderança do grupo de trabalho da ONU sobre Turismo e Ação Climática

7 de novembro de 2025
O PresidenteO Presidente