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Dia da Saúde na COP 30 vai fortalecer sistemas de saúde resilientes às mudanças do clima

12 de novembro de 2025
Dia da Saúde na COP 30 vai fortalecer sistemas de saúde resilientes às mudanças do clima
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Em entrevista à Voz do Brasil, o ministro da Saúde Alexandre Padilha, detalhou o Plano de Ação em Saúde de Belém, que será apresentado nesta quinta-feira (13), e falou sobre os impactos da crise climática para a saúde

Pela primeira vez na história das COPs, esta quinta-feira (13/11) será um dia todo voltado para saúde e clima na COP 30, em Belém. O Dia da Saúde vai apresentar o Plano de Ação em Saúde de Belém, iniciativa reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais estratégias para fortalecer sistemas de saúde resilientes às mudanças do clima. Este é o primeiro plano internacional de adaptação climática dedicado exclusivamente à saúde, um marco da COP 30.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a saúde é um dos primeiros eixos que sofre os impactos da crise climática. “As mudanças climáticas já estão mexendo na nossa vida hoje. Todo mundo se assustou nesse último sábado com aquela destruição que aconteceu na cidade de Rio Bonito do Iguaçu. Um ciclone que, numa velocidade absurda, nunca tinha acontecido isso no Brasil, destruiu toda a cidade, mais de mil pessoas desalojadas. Das seis unidades de saúde, cinco totalmente destruídas. O ciclone acontecer no Brasil é um fenômeno já das mudanças climáticas”, destacou o ministro em entrevista à Voz do Brasil desta quarta (12).

“Então, quando tem essas grandes tragédias, com aquelas enchentes no Rio Grande do Sul, a seca aqui na Amazônia, isso destrói totalmente a saúde daquele município e daquela região. Pessoas morrem. Quando você destrói uma unidade de saúde, você tem mais dificuldade de acompanhar quem toma vacina, quem faz a medicação para hipertensão, para diabetes, que é o tratamento contínuo.
Gestantes perdem suas consultas de pré-natal, crianças não são vacinadas. Então, tudo isso mexe na saúde das pessoas”, acrescentou o ministro.

Com o Dia da Saúde na COP 30, o Brasil reafirma seu compromisso de colocar a saúde no centro da agenda climática global, lançando um plano que articula esforços internacionais, nacionais e regionais para ampliar a resiliência do setor. “Vai ser amanhã, a primeira vez que tem na história, e lançar ao mundo, solicitando a adesão dos países, mobilizando os países, para um plano de ação Belém de adaptação dos sistemas de saúde”, afirmou Padilha. 

O que nós estamos dizendo? Para reduzir mortes, para afetar menos a saúde das pessoas, além de toda a mobilização para reduzir os impactos das climáticas na área de energia, emissão de carbono, tudo que está sendo feito, nós precisamos adaptar os sistemas atuais de saúde para enfrentar as mudanças climáticas”, completou.


Leia a entrevista completa: 

Pois é, o ministro Alexandre Padilha está aqui comigo no estúdio da Voz, na Zona Azul da COP 30, pra gente ter uma conversa sobre a infraestrutura de saúde construída aqui no entorno do evento. Boa noite, ministro.

Cheguei hoje aqui a Belém, na COP 30, ver o mundo inteiro aqui no Brasil, na região amazônica.
E amanhã é um dia histórico, porque amanhã, pela primeira vez na história das COPs, vai ter um dia oficial da saúde, pra gente falar sobre saúde e clima.

Ministro, e pra gente começar essa conversa, eu gostaria que o senhor exemplificasse pra gente quais são os impactos que as mudanças climáticas podem ter na saúde da população.

Bom, eu digo sempre que a saúde é a principal face dos impactos das mudanças climáticas.
É o que pode chamar mais atenção da população, dos atores econômicos, das empresas, porque mostra que as mudanças climáticas já estão mexendo na nossa vida hoje. Citar três exemplos aqui. Primeiro, todo mundo se assustou nesse último sábado com aquela destruição que aconteceu na cidade de Rio Bonito do Iguaçu.
Um ciclone que, numa velocidade absurda, nunca tinha acontecido isso no Brasil, destruiu toda a cidade, mais de mil pessoas desalojadas. Das seis unidades de saúde, cinco totalmente destruídas. O ciclone acontecer no Brasil é um fenômeno já das mudanças climáticas.

Então, quando tem essas grandes tragédias, com aquelas enchentes no Rio Grande do Sul, a seca aqui na Amazônia, isso destrói totalmente a saúde daquele município e daquela região. Pessoas morrem. Quando você destrói uma unidade de saúde, você tem mais dificuldade de acompanhar quem toma vacina, quem faz a medicação para hipertensão, para diabetes, que é o tratamento contínuo.
Gestantes perdem suas consultas de pré-natal, crianças não são vacinadas. Então, tudo isso mexe na saúde das pessoas.

Um segundo exemplo. Aumenta cada vez mais o número de doenças respiratórias quando você tem, por exemplo, aumento de queimadas, que estão relacionadas ao aumento da temperatura seca, a queimada se alastra mais rápido. Isso você tem um grande aumento de doenças respiratórias. Quando teve aquele período de queimada intensa no Brasil, por exemplo, no ano passado, na região do Cerrado, na região centro-oeste do nosso país, aumentou muito o número de internações por doenças respiratórias.

E um terceiro exemplo é que o aumento da temperatura média do mundo, por conta das mudanças climáticas, já faz com que vetores, por exemplo, mosquitos que transmitem doenças, comecem a aparecer em lugares que elas não tinham. Por exemplo, hoje, na França, você tem o mosquito que transmite a doença do chikungunya, que é muito comum aqui no Brasil. Começou a ter na França.
Nos Estados Unidos, você tem o vetor da doença de chagas. Começou a aparecer porque aumentou a temperatura média. Mesmo no Brasil, você tem o mosquito da dengue em regiões onde ele não existia antes.

Citar um exemplo, eu sou médico, sou infectologista, estudo isso. Quando eu fazia a minha formação de infectologista, nos anos 90, ali no Hospital das Clínicas da USP, não tinha o mosquito da dengue na cidade de São Paulo, por exemplo, porque a temperatura média na madrugada em São Paulo inibia a replicação do mosquito. 10, 15 anos depois, em 2015, já teve uma das maiores situações de número de casos de dengue.

Hoje, você tem o Estado de São Paulo que mais concentrou os casos de dengue no Brasil. Quase 80% dos óbitos aconteceram no Estado de São Paulo. Ou seja, esse aumento médio da temperatura faz com que formas de transmissão das doenças também se multipliquem.

Por isso que é tão importante a COP 30 discutir saúde, porque ela vai estar discutindo o impacto das mudanças climáticas, não só no ambiente, que é muito importante, mas na vida hoje das pessoas. As pessoas estão morrendo hoje no mundo por conta das mudanças climáticas.

Ministro, a gente vai continuar essa entrevista, mas agora a gente vai lá para Brasília conversar com a Mariana e o Luciano, que eles também têm perguntas para fazer para o senhor.
Queria inclusive pegar o gancho do que o senhor estava falando, dessas doenças e situações que podem afetar a saúde da população, porque eu voltei de Belém, mas fiquei sabendo que amanhã o senhor, Brasil, vai lançar um plano internacional de ação em saúde de Belém para enfrentar esses impactos climáticos. Então, eu queria que o senhor adiantasse alguma coisa para a gente aí. O que vai ser essa iniciativa? Mariana, isso é um momento da liderança do Brasil.

O Brasil, desde o mês de maio, na Organização Mundial de Saúde, que foi a Assembleia do OMS, nós lançamos lá, junto com o Reino Unido, junto com o Egito, com Emirados e Azerbaijão, que são os países que realizaram as últimas cinco COPs, a necessidade da COP 30 é ter um dia oficial da saúde, que vai ser amanhã, a primeira vez que tem na história, e lançar ao mundo, solicitando a adesão dos países, mobilizando os países, um plano de ação Belém de adaptação dos sistemas de saúde. O que nós estamos dizendo? Para reduzir mortes, para afetar menos a saúde das pessoas, além de toda a mobilização para reduzir os impactos das climáticas na área de energia, emissão de carbono, tudo que está sendo feito, nós precisamos adaptar os sistemas atuais de saúde para enfrentar as mudanças climáticas. Citar alguns exemplos dessa adaptação, que a gente já está fazendo aqui no Brasil, por isso que a gente tem autoridade para discutir isso internacionalmente e lançar esse plano.

Hoje, na cidade do Rio de Janeiro, tem uma coisa chamada Centro Operacional Integrado de Dados Epidemiológicos, que, inclusive, na visita agora do Príncipe Williams, ganhou o prêmio de um dos modelos do que a gente chama de um protocolo do SUS da cidade do Rio de Janeiro para enfrentar o calor extremo. Então, esse centro permitiu que você, de manhã cedo, já comece a ter o cruzamento da temperatura média nos vários cantos da cidade do Rio de Janeiro, saber qual a região que está mais quente e monitorar a chegada, nas UBSs, nas UPAs, nos pontos-socorros, de pessoas com doenças que são impactadas pela mudança climática.

Então, já começa a perceber que, em uma região onde aumenta a temperatura média, chega mais idoso desidratado, chega mais idoso com problema pulmonar, você começa a lastrar mais o vetor da dengue, então, começa a ter mais casos de dengue.

Então, esse é um exemplo de adaptar os sistemas de saúde para ele ter esse monitoramento, porque quando você reúne esses dados, você compra um remédio antes, você informa os profissionais de saúde antes, você estrutura a resposta àquele problema.

Um outro exemplo, que a gente já está fazendo aqui no Brasil, que é a parte de organização dos serviços de assistência. O que esse plano está dizendo? Se a gente quer evitar as mudanças climáticas do mundo, a gente precisa cuidar melhor das pessoas que vivem nas regiões mais afetadas.

Um exemplo aqui é a região amazônica. Quando tem seca na Amazônia, tem interrupção de chegada de medicamento, as pessoas não conseguem ir para o serviço de saúde, isso piora a sua situação de saúde. Então, você precisa cuidar melhor dessa população.
O que nós estamos fazendo de adaptação para isso? Hoje, a primeira coisa que eu fiz quando cheguei aqui em Belém foi visitar dois barcos, que serão barcos de atendimento especializado, fazer cirurgia, fazer mamografia, fazer ultrassom, com exames especializados, nas regiões ribeirinhas do estado da Amazônia e do Pará. São barcos que já funcionam de forma voluntária, de parceria de organização social com o governo do estado da Amazônia, com o governo do estado do Pará. Agora, o Ministério da Saúde, através do Agora Tem Especialistas, vai financiar isso.

São 20 milhões de reais a mais. A expectativa é que posso fazer mais 9 mil cirurgias. Eu vi ali que cirurgias foram feitas, esses barcos ficaram aqui uma semana.

A gente trouxe aqui para Belém. Nessa uma semana, atenderam mais de 10 mil pessoas aqui em Belém e região, fazendo cirurgias ginecológicas, cirurgias de visão, fazendo mamografia e faz a biópsia para o diagnóstico do câncer. O que significa esse eixo do plano? É estruturar serviços de saúde adaptados à realidade de populações que são muito afetadas com as mudanças climáticas.

No caso da Amazônia brasileira, mais do que afetada, cuidar do nosso povo aqui é importante para enfrentar as mudanças climáticas do mundo, porque eu brinco que a Amazônia é como se fosse o paracetamol do mundo. Se a Amazônia está forte, a temperatura do mundo não cresce tanto, controla a febre do mundo. Então, você adaptar o sistema de saúde para cuidar dessa população é muito importante.

Um terceiro eixo é a parte da inovação, produzir novas tecnologias, medicamentos. A gente anunciou aqui uma ação do Ministério da Saúde, junto com a Embrapi, 60 milhões de reais para o desenvolvimento de medicamentos a partir da biodiversidade da Amazônia. Ou seja, você inovar, inovação tecnológica, aproveitando essa força da Amazônia, com isso você protege mais a Amazônia e evita as mudanças climáticas do mundo.

Ministro, um pouquinho rapidinho sobre essa infraestrutura de saúde que foi construída em Belém, exatamente para receber a COP. Como é que estão funcionando os atendimentos por aí?

Luciano, isso aqui é organizado no que a gente chama do Centro Integrado de Operação e Controle da Área da Saúde. Está instalado desde o dia 6 de novembro.

Fui visitar antes de vir aqui para as reuniões da COP também. Está o Governo Federal, Governo do Estado e Município. A gente está atuando em conjunto há mais de um ano já.

A gente já fez simulados durante o sírio de Nazaré, preparação da Força Nacional de Saúde, funcionamento do SAMU. Para você ter uma ideia, até hoje a gente já teve mais de mil atendimentos de pessoas que estão aqui em Belém por conta da COP, ou são de outros países, ou mesmo aqui do Brasil. Muita gente do Pará também, mas que está aqui por conta da COP.

A gente monitora todos os atendimentos que são feitos. Uma pessoa chegou lá para atender num pronto-socorro, numa UPA, numa UBS, aqui na Blue Zone, na Green Zone, e falou, estou aqui, mas está aqui por conta de quê? Estou aqui por causa da COP, estou trabalhando na COP, estou participando da COP, vim aqui para visitar. Se você identifica essa pessoa, são mil atendimentos, isso era mais ou menos até as duas da tarde, na hora que eu visitei lá.

Agora já deve ter aumentado. Desses mil atendimentos, apenas 1% precisou de algum tipo de internação, estava com 6% em observação. A gente tem pontos de observação, a gente montou um hospital de campanha aqui para reforçar a estrutura, fizemos investimentos de reforma das unidades de saúde em Belém, do Estado do Pará.

E o que é importante, Luciano? Isso aqui está acontecendo para a COP, mas vai ficar como um legado de saúde aqui para Belém e para o Estado do Pará. Só hoje nós anunciamos o investimento, por exemplo, aqui no Estado do Pará, de seis novos equipamentos para a radioterapia do câncer, pelo agora tem especialistas, que vão ser instalados aqui em Belém, em Santarém, em Castanhal, no interior do Pará. É uma verdadeira transformação no cuidado do câncer como legado da COP, com essa ideia de a gente adaptar o sistema de saúde para cuidar melhor da população aqui da Amazônia, das populações mais afetadas pelas mudanças climáticas.

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