Sessão ministerial reforçou a urgência de modernizar as redes elétricas e ampliar o armazenamento energético no mundo
Em meio ao debate sobre transição energética, a infraestrutura elétrica global foi discutida entre lideranças no Encontro Ministerial de Alto Nível sobre Redes e Armazenamento. Na ocasião, foi lançado um conselho para pensar novos mecanismos e soluções internacionais para a área.
O campeão de alto nível da COP30, Dan Ioschpe, reforçou a importância de investimentos para avançar na implementação da transição energética. “Os governos sozinhos não podem resolver a crise climática. O que é negociado nas salas da COP deve ser implementado na prática, com mais energias renováveis, infraestrutura resiliente e financiamento chegando onde é mais necessário. Esta é a década da implementação, e as redes e o armazenamento de energia são elementos centrais para garantir eficiência, resiliência e integração em todos os sistemas de energia”, disse.
Representando o Ministério de Minas e Energia, o secretário nacional de transição energética e planejamento, Gustavo Ataíde, afirmou que ampliar redes e armazenamento é indispensável para a eletrificação global. “A demanda cresce mais rápido do que as redes conseguem se expandir. Não existe transição sem transmissão”, disse. Ele destacou, ainda, que o Brasil opera um dos maiores sistemas interligados do mundo, com 88% de geração renovável, mas enfrenta novos desafios de flexibilidade e integração de cargas.
O evento lançou o Conselho de Coordenação para Implementação de Redes e Armazenamento, novo mecanismo internacional criado para acelerar ações globais em redes elétricas e soluções de armazenamento. Além disso, foi divulgado um Marco de Projetos Financiáveis, desenvolvido para transformar metas nacionais em projetos capazes de atrair investimentos, especialmente em mercados emergentes.
O CEO da Global Renewables Alliance (GRA), Bruce Douglas, reforçou que metas claras e mais financiamento serão determinantes para construir os sistemas renováveis e resilientes que o mundo precisa. “Há um abismo entre o investimento necessário e o que está sendo realizado, especialmente em mercados emergentes. É preciso acelerar investimentos e incorporar metas claras às estratégias nacionais e regionais”, disse.
Com base nas discussões, os participantes destacaram que a ampliação das redes e das tecnologias de armazenamento segue como parte central da agenda em andamento, que segue após a COP30.