O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizou, na última terça-feira (18/11), o evento “Paisagens sinérgicas para avançar soluções — um pacto pela integração entre as Convenções do Rio” , na Zona Azul da COP30. O encontro reforçou o compromisso do país em promover políticas integradas para enfrentar, de maneira conjunta, os desafios da mudança do clima (UNFCCC), da biodiversidade (CDB) e da desertificação (UNCCD).
A atividade ampliou o debate iniciado com o lançamento do Pacto pela Sinergia entre as Convenções do Rio – Plano de Soluções Aceleradas, ocorrido na semana passada na Zona Verde da conferência, e apresentou o Mapa de Paisagens Sinérgicas do Brasil, coordenado pelo MMA, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a partir de informações obtidas junto a diversas instituições parceiras.
Durante a sessão, a secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, Rita Mesquita, explicou que a proposta se estrutura em uma plataforma de cooperação entre países e instituições, com ênfase nas relações Sul-Sul e nas florestas tropicais e subtropicais.
“Ao conectar áreas geográficas estratégicas, de unidades de conservação a trilhas, áreas de restauração e potenciais refúgios climáticos, conseguimos criar paisagens onde diferentes interesses coexistem e se reforçam. Essas paisagens sinérgicas buscam acelerar resultados, reduzir conflitos e fortalecer a resiliência dos nossos biomas”, afirmou.
Entre essas ações, Rita destacou a importância da restauração em territórios prioritários, que ajuda a recompor áreas degradadas e recuperar a conectividade ecológica. “A restauração devolve para a paisagem o que ela perdeu: integridade ecológica, diversidade, espécies, e restabelece processos naturais essenciais à adaptação e à mitigação climática”, explicou.
O mapa identifica oportunidades de integração em todos os biomas brasileiros, considerando variáveis como desmatamento, incêndios, prioridade de conservação, presença de vegetação nativa, redes de sociobioeconomia, governança territorial e áreas com forte variação de relevo, que podem atuar como refúgios climáticos. Regiões como a Serra do Mar, Mantiqueira, Serra do Espinhaço, Chapada Diamantina e grandes mosaicos amazônicos se destacam como corredores ecológicos e sociobioculturais com alto potencial de conectividade.
O pacto também convida países tropicais e subtropicais a definirem suas próprias paisagens sinérgicas e a cooperarem para atingir, até 2030, pelo menos um terço das metas nacionais das três convenções sob uma abordagem integrada. O Brasil já iniciou diálogos com países da Amazônia, da Indonésia, da República Democrática do Congo, com nações lusófonas, membros do G20 e dos Brics.
Estruturado em cinco eixos — paisagens estratégicas; corredores ecológicos e sociobioculturais; governança inclusiva; financiamento inovador; e monitoramento alinhado ao Global Stocktake — o pacto seguirá em consulta até a criação do comitê de coordenação, após a COP30.
Para Rita Mesquita, a construção das paisagens sinérgicas representa uma nova forma de pensar políticas ambientais. “São territórios de coexistência e de paz, onde a integração das ações permite responder aos desafios ambientais com mais velocidade, equidade e impacto. Avançamos mais rápido quando avançamos juntos”, concluiu.
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