“Quem é o sistema? Sou eu? Ou é aquele que nega o sistema?”. Durante entrevista coletiva, presidente afirma que a extrema-direita não tem proposta além da destruição. E que os setores populares ainda não ocupam o “sistema”, ou seja, os poderes institucionais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nas últimas semanas tem repetido que 2026 será “o ano da verdade”, quando a população poderá julgar os governantes pelo que cada um fez de fato, afirmou nesta quinta-feira (18/12), durante entrevista coletiva em Brasília, que a extrema-direita é o próprio sistema que aquele campo político nega e diz querer combater.
“Esse discurso negacionista, se você pegar as propostas, é uma proposta destrutiva porque não coloca nada no lugar. É só destruir o que tem. Quem que é o sistema no Brasil? Sou eu? Ou o sistema é aquele que nega o sistema?”, argumentou o presidente, diante de pergunta sobre o avanço da extrema-direita e os riscos que isso pode representar.
Lula afirmou que as altas instâncias do poder político institucional ainda não foram ocupadas pelos setores populares e, portanto, o “sistema”, tal como criticado pela extrema-direita, é um espaço das elites.
“Eu ainda não tenho ninguém do Prouni em nenhuma instância superior no Poder Judiciário. Ainda não tenho”, exemplificou Lula. “Os meninos das nossas cotas que fizeram universidade ainda não estão em nenhuma instância de poder. Então o sistema são eles [quem apregoa combater o sistema]. Então o que nós precisamos é fazer esse debate coerente”, disse.
O presidente foi além e disse que a extrema-direita não voltará a ocupar o comando do Executivo a partir do ano que vem.
“Eu tenho tanta tranquilidade da nossa economia e das políticas de inclusão social que nós fizemos, da questão climática, da transição energética, que não existe um tema que eu não esteja tranquilo para debater com quem quer que seja. Então, sabe, eu acho que nós estamos muito tranquilos e aqui no Brasil, a extrema-direita não votará mais a governar esse país. É isso”.