Em 2025, ano em que completou 18 anos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade consolida um ciclo de maturidade institucional, marcado pelo maior orçamento da história e pela chegada de 437 novos servidores.
Os novos analistas, ambientais e administrativos, provenientes do concurso de maior alcance já realizado na história da autarquia, ampliaram a capacidade operacional do Instituto em todo o País — nas unidades de conservação (UCs) federais, nos centros de pesquisa, nas gerências regionais e na sede, em Brasília.
Condições que impulsionaram avanços que reforçam o papel central do Instituto na proteção da biodiversidade, na gestão e consolidação de áreas protegidas, na produção de conhecimento e na construção de processos de gestão participativa, atuando lado a lado com comunidades, pesquisadores e parceiros nacionais e internacionais.
Territórios protegidos: novas unidades e expansão estratégica
Somente em 2025, aproximadamente 42 mil hectares, equivalente a cerca de 60 mil campos de futebol, foram incorporados ao patrimônio público, fortalecendo a gestão territorial e a capacidade do Estado de atuar de forma planejada e sustentável.
Gestão compartilhada: conselhos que transformam territórios
O ano encerra com 91% das unidades de conservação federais com Conselhos Gestores instituídos, fortalecendo instrumentos que legitimam áreas protegidas como espaços de diálogo, negociação e decisão coletiva.
A 1ª Oficina de Avaliação do Protocolo AME-Conselhos reuniu gestores do ICMBio e comunitários das cinco regiões do país, avançando na consolidação de um modelo de qualificação da participação nessas instâncias, que reúnem pessoas que vivem, trabalham, pesquisam e protegem os territórios, garantindo que as decisões considerem os contextos locais, promovam justiça socioambiental e orientem políticas públicas consistentes.
Proteção ativa: fiscalização e manejo pela biodiversidade
Em 2025, o Instituto reforçou seus trabalhos de Fiscalização e de Manejo Integrado do Fogo (MIF) com a realização de 86 cursos de formação de brigadas de prevenção e combate a incêndios, permitindo o manejo planejado de mais de 280 mil hectares (o correspondente a c erca de 400 mil campos de futebol).
A fiscalização ambiental, envolvendo mais de quatro mil agentes, manteve-se igualmente robusta, superando as metas definidas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e garantindo presença efetiva do Estado em áreas estratégicas para a preservação da biodiversidade.
ICMBio na COP 30: UCs no palco global
Foi na Amazônia que o Brasil recebeu, em Belém, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30). No mais importante evento sobre clima do mundo, o ICMBio teve presença ativa em dezenas de eventos e debates, destacando o papel central das UCs na mitigação da crise climática.
O Instituto participou de dezenas de atividades, de promoção própria ou como convidado, sempre apresentando o papel fundamental que as áreas protegidas exercem no enfrentamento da grave crise climática que se apresenta, seja com a captura de carbono da atmosfera, seja contribuindo para o ciclo hidrológico e esfriamento da temperatura, entre outras questões.
Ciência em foco: centros de pesquisa e proteção de espécies
Os 14 centros de pesquisa do Instituto seguiram desempenhando papel fundamental no campo das descobertas e avanços científicos em prol da conservação em 2025. O Programa Monitora consolidou-se como ferramenta estratégica, gerando dados robustos e ampliando a participação social na produção de informações sobre biodiversidade.
No campo da conservação de espécies ameaçadas, foram publicados 12 novos Planos de Ação Nacional ( PANs ), abrangendo 618 ações voltadas à proteção de 207 espécies de diferentes biomas, incluindo ambientes terrestres, dulcícolas e marinhos. Atualmente, o Instituto coordena 40 PANs , que protegem 1.031 espécies, o equivalente a 80% da fauna brasileira oficialmente ameaçada.
Natureza com as Pessoas: turismo sustentável que conecta
Dentre os lançamentos do Instituto, está o programa Natureza com as Pessoas , como estratégia de promoção do turismo sustentável, fortalecendo a visitação responsável nas UCs federais. A iniciativa integra diferentes modalidades — ecoturismo, turismo de bem-estar, científico, rural e de base comunitária — e busca gerar benefícios sociais, econômicos e culturais para as comunidades locais, fortalecendo cadeias produtivas ligadas à hospedagem, alimentação, artesanato e guias locais.
Posição sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental
A mudança revoga a obrigação de autorização do órgão para o licenciamento de empreendimentos com impacto ambiental significativo em unidades de conservação federais, substituindo-a apenas por uma manifestação não vinculante limitada a casos específicos.
O Instituto alerta que a proteção da biodiversidade não pode ser reativa. Prevenir impactos ambientais, analisar riscos e garantir compatibilidade entre atividades econômicas e conservação é fundamental para evitar danos irreversíveis, especialmente em um cenário de crise climática já em curso.
O ICMBio seguirá acreditando enquanto cria
Essas são algumas das ações que marcaram este ano, mas o ICMBio se realiza, todos os dias, no trabalho feito em cada uma das 344 unidades de conservação federais e nos 14 centros de pesquisa que coordena, por pessoas que constroem a conservação no cotidiano, guiadas pela esperança de “acreditar criando”, como a ministra do MMA, Marina Silva, indicou aos novos servidores da autarquia. Seguiremos juntos, com responsabilidade e confiança no papel que o Instituto desempenha na proteção da natureza e no desenvolvimento sustentável do Brasil.
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