Foram contabilizados 18.451 focos de calor, o menor índice desde o início do monitoramento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). em 1998
O Brasil alcançou uma redução histórica no número de queimadas registradas no mês de agosto. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados 18.451 focos de calor, o menor índice desde o início do monitoramento, em 1998.
O resultado representa uma queda de 61% em relação à média histórica para o mês (47.348 focos) e de 13,8% em relação ao recorde anterior, registrado em 2013 (21.410). Esta é a primeira vez que o número fica abaixo de 20 mil focos em agosto.
A queda nas queimadas teve início em 2023, primeiro ano do atual Governo, em comparação com anos anteriores. Em 2024, no entanto, período marcado por queimadas de origem criminosa e propositais, o número voltou a crescer.
O Governo do Brasil reforçou as ações e os resultados positivos firmam tendência, como no mês de agosto. Em julho, a queda de queimadas havia sido de 61% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Comparativo histórico |
Queimadas em agosto |
Média histórica: | 47.348 |
2025 | 17.943 |
2024 | 68.635 |
2023 | 28.054 |
2022 | 47.507 |
2021 | 51.711 |
2020 | 50.694 |
2013 | 21.410 (recorde de queda anterior) |
DADOS ANUAIS — No acumulado de 2025, o Inpe registrou 47.531 focos de queimada em todo o país. Diferentemente dos anos anteriores, o Cerrado foi o bioma mais afetado, concentrando 47,9% dos registros. A Amazônia respondeu por 28,3% do total. Já o Pantanal apresentou apenas 173 focos de calor no período (0,4%).
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ESTADOS — Ao longo de 2025, Mato Grosso foi o estado que apresentou mais focos de queimada, o que corresponde a 14,5% do total. Em seguida aparecem Maranhão (12,6%), Tocantins (11,7%), Bahia (8,6%) e Pará (7,1%).
AÇÕES PREVENTIVAS — Os números confirmam uma mudança positiva no cenário ambiental brasileiro e reforçam o compromisso do Governo do Brasil com a preservação dos biomas, a proteção da biodiversidade e o enfrentamento das mudanças climáticas.
Confira as principais ações implementadas para prevenir e combater os incêndios florestais na temporada de 2025:
– Contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, formado por 4.385 profissionais – 2.600 do Ibama e 1.785 do ICMBio, um aumento de 26% em relação ao ano de 2024.
– A infraestrutura para 2025 inclui sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de enfrentamento aos incêndios e desmatamento. A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água.
– Desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões, cada, para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia, respectivamente.
– Pela primeira vez, o Fundo Amazônia apoiará também ações de prevenção e combate a incêndios em estados fora da Amazônia, como no Cerrado e Pantanal. Em julho, foram aprovados R$ 150 milhões para os Corpos de Bombeiros Militares e brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal. O projeto, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi apresentado por meio de um trabalho interministerial.
– Sanção da Lei 15.143/2025, que amplia a capacidade de respostas aos incêndios florestais, permite a transferência de recursos diretamente do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para estados e municípios e garante mais agilidade na contratação de brigadistas, reduzindo o intervalo da sua recontratação para três meses. A lei permite ainda o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais.
– Anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDs), pela primeira vez, para todos os biomas brasileiros, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos até 2027;
– Desde janeiro de 2025, o MMA realizou quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras, além de seu impacto sobre a ocorrência de grandes incêndios florestais de comportamento extremo;
– Publicação de edital que prevê recursos no valor de R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) em conjunto com o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos Operativos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025);
– Retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios do Governo Federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio e junho de 2025). O grupo se reúne de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios, bem como para apoios mútuos em ações de prevenção e combate;
– Conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Bioma Pantanal para a temporada deste ano, elaborado conjuntamente entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025). O plano para os nove estados da Amazônia Legal está em fase final de formulação;
– Veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano (abril de maio de 2025);
– Publicação de portaria pelo MMA (nº1.327/2025) declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais e a atuação de estados e municípios;
– Decreto n° 12.189, assinado pelo presidente Lula, que aumenta as punições por incêndios florestais no país.