No segundo dia de mesas redondas da Casa da Ciência, o tema debatido foi Desastres Climáticos no Brasil e no Mundo, com um momento para conversas sobre os Sistemas de Alertas para Ameaças Múltiplas. A diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Regina Alvalá, afirmou que a meta é aumentar em 84,9% o número de municípios monitorados até 2026.
Segundo a especialista em meteorologia, atualmente a unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação acompanha 1.133 municípios do território nacional, com levantamento de informações de todas as áreas de riscos mapeadas, além de dados sobre a vulnerabilidade dos riscos de deslizamentos de terra. A área estudada abriga 60% dos brasileiros, “A meta é monitorar, até o final de 2026, 2.095 municípios, onde vivem 75% da população brasileira”, completou.
Além de Regina Alvalá, representaram o Cemaden na mesa redonda o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, José Marengo, e o pesquisador Victor Marchezini. Também participaram do debate a coordenadora-geral de Monitoramento Ambiental do Ministério da Defesa, Edileuza de Melo Nogueira, e o pesquisador e professor do Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Enner Alcântara.
Criado em 2011, o Cemaden tem como função monitorar e emitir alertas de desastres naturais que subsidiem ações que salvam vidas e diminuam a vulnerabilidade social, ambiental e econômica decorrente desses eventos.
Ameaças múltiplas
Tema da mesa redonda, os Sistemas de Alerta Precoce para Múltiplos Riscos de Desastres (MHEWS, na sigla em inglês) e os Sistemas de Alerta Precoce (EWS, na sigla em inglês) são componentes importantes das estratégias de redução de risco de desastres. Eles auxiliam as comunidades na preparação e resposta a diversos riscos climáticos, fornecendo informações oportunas e precisas, permitindo que as pessoas evacuem ou tomem medidas de proteção antes que dos acontecimentos.
Segundo José Marengo, o aumento na frequência e intensidade dos extremos climáticos é uma das consequências do aquecimento global. “Quando falamos dos extremos meteorológicos ou climáticos, estamos falando da ameaça. O extremo climático não é o desastre. O extremo climático, combinado com a alta vulnerabilidade e a alta exposição, esse é o desastre”, afirmou.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), dos 32 países latino-americanos membros da organização, 16 estão atualmente fornecendo serviços climáticos em capacidades essenciais/plenas. “Evidências do uso eficaz dos alertas reduzem significantemente as taxas de mortalidade e o número de pessoas afetadas por desastres”, finalizou.
Casa da Ciência
A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paranaense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. Veja a programação completa .