Cerimônia coincidiu com o Dia da Consciência Negra no Brasil, simbolizando a luta histórica por igualdade e a centralidade da diversidade na gestão mundial
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, representou o Brasil, nesta quinta-feira (20), na sessão de encerramento da Cúpula Social do G20 (G20 Social Summit), em Joanesburgo, na África do Sul. O encontro concluiu uma intensa agenda internacional dedicada à ampliação da participação social, ao fortalecimento da governança global e à construção de respostas coletivas para reduzir desigualdades estruturais.
Realizada sob a presidência sul-africana, a Cúpula Social reforçou o papel estratégico da sociedade civil na formulação de respostas globais para crises sociais, ambientais e econômicas. Em 2024, o Brasil inaugurou o pilar social na estrutura do G20, um marco histórico que agora ganha continuidade com o compromisso renovado da África do Sul.
Durante o discurso de encerramento da Cúpula, a ministra Macaé Evaristo enfatizou a relevância simbólica e política de se dirigir ao mundo exatamente em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra no Brasil, e reforçou que a pluralidade e a democracia devem orientar os rumos da governança global. “A participação social precisa ocupar o centro dos processos de tomada de decisão em instâncias fundamentais da governança global, como o G20”, afirmou.
A ministra também vinculou os desafios globais às prioridades definidas pela presidência sul-africana, como a resiliência a desastres, sustentabilidade da dívida, financiamento para uma transição energética justa e uso inclusivo de minerais críticos.
Não é possível falar de justiça social sem falar de justiça ambiental”, afirmou, destacando sua participação recente na COP30, em Belém (PA), e a presença inédita da sociedade civil e dos povos indígenas.
Macaé Evaristo reforçou que conselhos, conferências e mecanismos de transparência formam a base democrática que inspira a atuação do país em fóruns multilaterais, “O G20 Social é o espelho global dessas instâncias. O Brasil iniciou o processo; a África do Sul não apenas o continuou, como o ampliou”, concluiu.
Ainda no encerramento, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, enfatizou que a Cúpula Social do G20 foi concebida para colocar as pessoas no centro das discussões das principais economias do mundo. “Vocês, como parte da cúpula, estão dando voz ao nosso povo, não apenas aos líderes políticos, mas ao povo que fala por si”, afirmou ao destacar o compromisso da presidência sul-africana com a inclusão e com a defesa de uma governança global sensível às demandas do Sul Global.
Memória e resistência
Encerrando sua agenda oficial, nesta sexta-feira (21), a ministra Macaé Evaristo visitou o Museu do Apartheid, em Joanesburgo, onde refletiu sobre a história de resistência do povo sul-africano e a importância da memória como ferramenta de defesa da democracia.
É importantíssimo conhecer a história e lembrar dos processos de luta pela liberdade. A memória é um elemento fundamental para que a gente não perca de vista a construção da justiça social”, afirmou a ministra.
Ao comentar a frase de Nelson Mandela exposta na entrada do museu, ela reforçou o compromisso com a defesa dos direitos humanos “Lutar pela liberdade é perseverar contra todas as formas de opressão. A opressão, em nenhum lugar do mundo, pode ser justificada”, ressaltou.