Antonia Pellegrino debateu as mudanças na grade tanto das rádios Nacional e MEC como da TV Brasil.
Os comitês de Participação Social na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) receberam, nesta quarta-feira (17), a diretora de Conteúdo e Programação, Antonia Pellegrino. O encontro fez parte da série de audiências dos Comitês em que os diretores da EBC têm participado para apresentar o trabalho de suas áreas.
O encontro conjunto do Comitê Editorial e de Programação (Comep) e do Comitê de Participação Social, Diversidade e Inclusão (CPADI) debateu a programação das rádios públicas e da TV Brasil .
Em sua apresentação, Pellegrino detalhou a elaboração, planejamento e produção das programações e apontou os desafios que encontrou ao assumir o cargo em 2023. “A gestão passada apostou em uma programação ultrapassada, principalmente na televisão, com a junção das TVs pública e governamental. Então, precisamos rever toda a estratégia”, afirmou. “Com exceção da faixa infantil, tivemos que ter um olhar mais aprofundado para a TV Brasil, para recuperar audiência e relevância”, completou.
Entre os planos adotados pela nova gestão, Pellegrino destacou a priorização à produção própria e maior difusão de conteúdo brasileiro. “Invertemos o investimento em relação à gestão passada, passando a contratar mais conteúdos nacionais do que internacionais. Antes, 60% dos licenciamentos eram de produção internacional. Agora, são apenas 30%, dando mais espaço para produção do Brasil”, explicou.
Além disso, Pellegrino apontou como estratégias bem-sucedidas as apostas na transmissão do futebol feminino, na reformulação de programas clássicos da emissora, como o Sem Censura e o Samba na Gamboa , e a criação de novas programações, como o Xodó de Cozinha e o DR com Demori . “São direcionamentos que vêm dando resultado, com maior relevância e prestígio da TV Brasil . O Sem Cesura , por exemplo, ganhou o primeiro Prêmio APCA da história da TV Brasil “, comemorou.
“Também somos a TV aberta com maior portfólio de futebol feminino no país, observamos a audiência subindo de um ano para o outro, e isso muito nos orgulha, pois é importante para o crescimento da modalidade no país e para incentivar a igualdade de gênero e o protagonismo feminino, pilares da comunicação pública”, complementou.
Rádios
A programação das rádios Nacional e MEC também foram pauta na reunião. Pellegrino ressaltou que, assim como na TV, também foi necessário retomar projetos que tinham sido interrompidos nos últimos anos e que agora as rádios apresentam crescimento consistente de audiência. “Programas como o Natureza Viva e o Conversa com o Autor estavam fora do ar e voltaram para a programação e também criamos novos produtos, como o Festa do Disco e os especiais do Ruy Castro, prestigiado autor brasileiro”, afirmou.
O gerente-executivo de Rádios, Thiago Regotto, acrescentou que foi feito um trabalho para que as rádios voltassem a ter programação local, mas que ainda há desafios. “Em São Paulo, conseguimos tirar a Rádio Nacional de uma posição muito ruim para agora competir com rádios históricas da cidade. Mas ainda há uma carência de mão de obra que precisamos recompor, para tocar mais projetos”, disse. Ele também celebrou o recorde de participações no Festival de Música da Rádio Nacional, que teve 1.068 músicas inscritas em todo o país.
Novos programas
Durante a reunião, conselheiros do Comep e do CPADI fizeram questionamentos sobre a formação da grade do ano que vem.
O diretor-geral da EBC , Bráulio Ribeiro, explicou que ainda não há uma definição de horários e formatos para os programas mas que serão apresentados assim que definidos, mas explicou em linha geral algumas das ideias.
“A aposta é trazer um novo público, dar mais relevância à nossa televisão, abordar temas importantes e complexos e que têm diálogo com públicos que não temos tanto trânsito atualmente”, explicou.
Os presidentes dos Comitês, Ana Fleck e Pedro Rafael Vilela, agradeceram a participação dos diretores. “Bráulio já tinha participado de outras reuniões, a Cidinha (Matos, diretora de Jornalismo da EBC) também esteve aqui e agora recebemos a Antonia. Essas participações são muito importantes para que os Comitês possam fazer contribuições à comunicação pública de forma embasada, com acesso a dados internos da EBC “, disse Ana Fleck, presidente do CPADI.
Vilela, presidente do Comep, lembrou que os Comitês marcam a retomada da participação social na EBC e reforçou a importância desse diálogo com a diretoria da empresa. “Estabelecemos um roteiro para ouvir as diretorias finalísticas, com o intuito de fazer um diagnóstico e conhecer melhor a situação da empresa, para os Comitês fazerem um trabalho mais profícuo. Essa transparência é importante para a empresa e para a sociedade civil, que lutou por esse espaço”, finalizou.
Participação Social na EBC
Na última reunião conjunta dos Comitês, realizada em 26 de novembro, foi ouvido o advogado Luís Henrique dos Anjos, que foi o primeiro Consultor Jurídico na fundação da EBC. Luís Henrique falou sobre os debates iniciais sobre a figura jurídica da EBC na época de sua formação. A partir do debate, os membros dos Comitês decidiram criar uma Câmara Técnica também sobre esse tema, dentre as Câmaras Técnicas que serão implantadas no ano que vem.