A agricultura familiar ganha destaque na AgriZone com mais de 40 tecnologias expostas na vitrine do Núcleo de Responsabilidade Socioambiental (Nures) da Embrapa na AgriZone. O espaço apresenta desde a captação de água da chuva, para irrigação de pequenos plantios, biofortificados, até um sistema agroflorestal consolidado, passando ainda por criação de animais e produção de bioinsumos.
“É um amplo panorama de soluções que um pequeno produtor pode adotar para garantir segurança alimentar e renda”, afirma o agrônomo Vladimir Bomfim, da Embrapa Amazônia Oriental. A apresentação do espaço começa pela demonstração de captação de água da chuva para irrigar os cultivos de Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs). “São folhosas ricas em nutrientes e adaptadas às condições da região”, ressalta Bomfim.
Ao lado das Pancs, fica o Sisteminha Embrapa, que integra a criação de galinhas e peixes com a produção de compostagem, hortaliças e minhocário. “Apoiado por políticas públicas, é uma solução para a segurança alimentar de famílias em condições vulneráveis. As 20 galinhas com genética da Embrapa, por exemplo, botam 60 ovos por semana, e o tanque de peixes oferece a despesca a partir de dois meses e meio”, explica o agrônomo.
Já na área dos sistemas agroflorestais (SAFs), há duas formações de épocas distintas. A mais antiga, de 2017, apresenta um sistema consolidado, com espécies frutíferas em plena produção, como as cultivares de açaí BRS Pará e de cupuaçuzeiro BRS Carimbó. Na formação mais recente, de 2023, as plantas possuem menor porte e as entrelinhas até há pouco tempo serviam aos plantios temporários, como a macaxeira. “Com isso mostramos ao agricultor que ele não precisa esperar um SAF começar a produzir para obter renda. As entrelinhas podem oferecer alimento e renda logo na implantação do sistema”, explica Bonfim.
Outra característica da formação de SAF mais recente são a presença das cultivares lançadas nos últimos anos pela Embrapa, como a de açaí BRS Pai d’Égua, as de cupuaçu Kit Clonal 5.0 e a banana BRS Terra-Anã.
Também integra a vitrine de tecnologias do Nures o cultivo de pimenta-do-reino com uso da árvore gliricídia (Gliricidia sepium) como tutor vivo. O uso dessa planta reduz a dependência das estacas de madeira, diminui o custo de produção e reduz o impacto ambiental da atividade. Outras tecnologias que compõem as vitrines vivas são os cultivos em hidroponia e variedades de feijão-caupi, arroz, gergelim, amendoim e trigo, além da fossa séptica biodigestora.