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Em três anos, Brasil consolida nova fase da política externa e amplia influência global

27 de dezembro de 2025
Em três anos, Brasil consolida nova fase da política externa e amplia influência global
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Agenda internacional reposicionou o país no centro dos debates globais, com liderança em temas como combate à fome, integração regional e ação climática

Ao longo dos três primeiros anos do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a política externa brasileira retomou o protagonismo e voltou a ocupar lugar central na estratégia de desenvolvimento do país, com a reconstrução do diálogo diplomático e a retomada da atuação ativa em fóruns multilaterais. O reposicionamento internacional colocou o Brasil no centro dos debates globais e ampliou sua capacidade de articulação política, econômica e social.

Esse reposicionamento se expressa tanto na presença ativa do presidente em fóruns estratégicos quanto na liderança brasileira em agendas globais sensíveis, como o combate à fome, a reforma da governança internacional, a defesa da democracia e o combate ao extremismo, a transição climática justa, a ampliação do comércio exterior.

FORTALECIMENTO DO SUL GLOBAL — O Brics Brasil consolidou-se como um dos principais eixos da política externa brasileira no período, reforçando a articulação entre países do Sul Global em temas políticos, econômicos e de desenvolvimento. Juntos, os países do grupo concentram parcela significativa da população mundial, do PIB global, da produção de alimentos e da oferta de energia, ampliando o potencial de cooperação entre seus membros.

A atuação do Brics está estruturada em três pilares – Política e Segurança; Economia e Finanças; e Intercâmbio Cultural e da Sociedade Civil – com crescente integração entre governos, setor produtivo e sociedade.

Em 1º de janeiro de 2025, o Brasil assumiu, pela quarta vez, a presidência pro tempore do Brics, sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, dando continuidade à defesa da reforma das instituições multilaterais e ao fortalecimento da voz dos países em desenvolvimento.

Ao longo do ano, a presidência brasileira priorizou a cooperação prática entre os países-membros, com foco em desenvolvimento sustentável, financiamento para o Sul Global, combate às desigualdades e coordenação política. Os países avançaram no diálogo sobre a reforma da governança global, ampliaram a articulação entre ministérios e grupos de trabalho e fortaleceram agendas econômicas, sociais e ambientais.

A atuação brasileira também reforçou o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês) como instrumento estratégico de financiamento de projetos estruturantes e sustentáveis, além de impulsionar iniciativas em inovação, transição energética e cooperação em saúde, ciência e tecnologia.

“O Brics é um novo jeito de a gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo. A gente não quer mais um mundo tutelado. A gente quer fortalecer o processo democrático, o processo multilateral. A gente quer a paz, o desenvolvimento e a participação social. Se a gente quiser criar alguma coisa nova no mundo, a gente vai ter que criar novos paradigmas de participação e não pode repetir os mesmos erros”, destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Brics, que ocorreu nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

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Na presidência do G20, em 2024, o Brasil levou para o centro da agenda econômica internacional o combate à fome e à pobreza. Foto: Ricardo Stuckert / PR

COMBATE À FOME COMO PRIORIDADE — A centralidade do Sul Global na política externa brasileira também marcou a presidência do G20, exercida pelo Brasil em 2024. O país levou para o centro da agenda econômica internacional o combate à fome e à pobreza, reforçando a dimensão social do desenvolvimento.

Nesse contexto, o Brasil lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, principal legado da presidência brasileira do G20, inspirada na experiência nacional de políticas públicas de combate às desigualdades. A iniciativa propõe a articulação de governos, organismos internacionais, bancos multilaterais, setor privado e sociedade civil em torno de programas nacionais estruturantes.

Atualmente, a Aliança reúne mais de 200 membros, entre países, organizações internacionais, instituições financeiras, agências da ONU e entidades da sociedade civil. Um ano após o lançamento, já apresenta resultados concretos, com países anunciando planos nacionais apoiados por ampla rede de parceiros internacionais.

“Precisamos de mecanismos mais sistemáticos para integrar melhor o apoio entre os muitos membros da Aliança, sobretudo o financeiro”, avaliou. “Por isso, em 2026, em linha com as iniciativas lançadas na Plataforma de Ação de Sevilha, iniciaremos conversas sobre um mecanismo voluntário de alinhamento de financiamento”, anunciou o ministro Wellington Dias.

O ministro pontuou ainda que, em 2026, o Mecanismo de Apoio alcançará capacidade operacional plena e que qualquer país-membro da Aliança poderá solicitar apoio em um processo totalmente guiado pela demanda. “Sigamos em frente, com esperança, com urgência, e com a determinação de não deixar ninguém para trás”, disse Dias.

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Na presidência pro tempore do MERCOSUL, o Brasil reforçou integração regional como instrumento estratégico de desenvolvimento e inserção internacional da América do Sul. Foto: Ricardo Stuckert / PR

INTEGRAÇÃO REGIONAL — No segundo semestre de 2025, o Brasil exerceu a presidência pro tempore do MERCOSUL, reforçando a integração regional como instrumento estratégico de desenvolvimento e inserção internacional da América do Sul.

Durante a presidência brasileira, o foco esteve na ampliação da coesão do bloco, no fortalecimento do mercado regional e na atualização de agendas estratégicas, como transição energética, desenvolvimento tecnológico e enfrentamento ao crime organizado transnacional.

Um dos eixos centrais foi o debate sobre a renovação do Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL (FOCEM), que já desembolsou cerca de US$ 1 bilhão em mais de 60 projetos estruturantes nos países do bloco. A presidência brasileira também promoveu iniciativas inéditas, como a realização do primeiro Fórum Empresarial Agrícola do MERCOSUL, e lançou a agenda do MERCOSUL Verde, voltada ao aprofundamento de práticas agropecuárias sustentáveis e à projeção internacional dessas iniciativas.

COMBATE AO CRIME ORGANIZADO — Sob a presidência pro tempore brasileira, os Estados Partes do bloco aprovaram a Estratégia do MERCOSUL de Combate ao Crime Organizado Transnacional (EMCCOT) e a criação da Comissão MERCOSUL contra o Crime Organizado Transnacional (CMCOT). Trata-se de um marco fundamental para o fortalecimento da cooperação regional em matéria de segurança pública e justiça. Com a aprovação da Estratégia e da Comissão, os Estados Partes passam a contar com uma atuação mais integrada para o enfrentamento ao crime organizado transnacional.

A iniciativa reflete o compromisso do Brasil e do MERCOSUL com o fortalecimento da cooperação regional e com a adoção de respostas coordenadas a desafios que transcendem fronteiras nacionais. Inspirada em modelos bem-sucedidos de articulação interinstitucional, a EMCCOT privilegia o consenso, a otimização de recursos e o acompanhamento de resultados concretos, com vistas a ampliar a eficácia das políticas públicas de segurança na região.

“Enfraquecer as instituições significa abrir espaço para o crime organizado. A segurança pública é um direito do cidadão e um dever do Estado, independente de ideologia. O MERCOSUL demonstrou disposição de enfrentar as redes criminosas de forma conjunta”, ressaltou Lula na Cúpula de Líderes, realizada em Foz do Iguaçu, no dia 20 de dezembro.

“Há mais de uma década, criamos uma instância de autoridades especializadas em políticas contra as drogas. Neste semestre, assinamos um acordo contra o tráfico de pessoas. Criamos uma comissão para implementar uma estratégia comum contra o crime organizado transnacional. Instituímos um grupo de trabalho especializado sobre recuperação de ativos, a fim de asfixiar as fontes de financiamento de atividades ilícitas”, completou o presidente.

Além disso, o Governo do Brasil inaugurou, em setembro, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), que reúne forças de segurança de nove estados da Amazônia Legal e outros nove países sul-americanos com fronteiras na região para o trabalho conjunto no combate às organizações criminosas transnacionais.

Financiado pelo Fundo Amazônia, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CCPI funciona como núcleo de inteligência e cooperação policial engajadas na prevenção, repressão, inteligência policial e investigação de crimes na região amazônica.

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Na COP30, a atuação brasileira defendeu que a transição para uma economia de baixo carbono deve ser justa, inclusiva e compatível com o desenvolvimento social. Foto: Ricardo Stuckert / PR

COP30 — A agenda ambiental também voltou a ocupar posição central na política exterior brasileira. A escolha do Brasil como país-sede da COP30, em Belém (PA), simboliza o reconhecimento internacional do papel estratégico do país no enfrentamento da crise climática.

Os debates da COP30 concentram-se em temas fundamentais, como a redução das emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento, a preservação das florestas e da biodiversidade, o avanço das energias renováveis e a promoção da justiça climática. A atuação brasileira defendeu que a transição para uma economia de baixo carbono deve ser justa, inclusiva e compatível com o desenvolvimento social, especialmente para países com grandes desafios históricos de desigualdade.

Após 13 dias de negociação, os participantes aprovaram por consenso o Pacote de Belém, um conjunto de 29 decisões climáticas que representam avanços em temas centrais da ação climática internacional, como transição justa, financiamento para adaptação, comércio, gênero e tecnologia, com foco em tornar o regime climático mais conectado à vida das pessoas.

Para o presidente Lula, o evento teve ganhos tanto do ponto de vista político quanto de legado para a cidade. “Estou muito satisfeito com o sucesso da COP em Belém. Foi um sucesso extraordinário. Aprovou-se um documento único, o multilateralismo saiu vitorioso e Belém ficou maravilhosamente bonita para o povo do Pará”, disse o presidente, que reforçou a importância do Mapa do Caminho para o fim dos combustíveis fósseis como uma ideia que deve ganhar força gradativa.

MARCOS FUTUROS — A presidência brasileira da COP30 reafirmou o compromisso em levar o impulso de Belém a marcos futuros — por meio de um alinhamento mais forte entre resultados da negociação e implementação no mundo real e de uma cooperação aprofundada, ancorada no espírito inclusivo do Mutirão Global. “Continuamos capazes de cooperar, de aprender e de reconhecer que não há atalhos e que a coragem para enfrentar a crise climática é resultado de persistência e esforço coletivos. Seguimos persistindo no compromisso de empreender a jornada necessária para superar nossas diferenças e contradições no urgente enfrentamento da mudança do clima”, disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

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Na IV Cúpula CELAC-UE, o presidente Lula reafirmou o papel estratégico dos dois blocos na construção de uma ordem mundial mais equilibrada. Foto: Ricardo Stuckert / PR

SOBERANIA — Em fóruns regionais e globais, a defesa da democracia, da paz e do multilateralismo esteve no centro da atuação internacional brasileira. Na IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia, realizada em 9 de novembro, em Santa Marta, na Colômbia, o presidente reafirmou o papel estratégico dos dois blocos na construção de uma ordem mundial mais equilibrada, multipolar e comprometida com a solução pacífica de conflitos. Em seu discurso, Lula ressaltou a democracia como valor inegociável e condição essencial para o desenvolvimento e estabilidade institucional das sociedades.

“Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional. A democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvazia os espaços públicos, destrói famílias e desestrutura negócios”, afirmou o presidente.

A defesa do multilateralismo e do diálogo entre as nações também marcou a participação do Brasil em fóruns asiáticos. Em 26 de outubro, durante a 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, na Malásia, Lula enfatizou a convergência de valores, interesses e desafios entre o Brasil e os países asiáticos, especialmente no que diz respeito à cooperação internacional e à promoção de de uma ordem mundial multipolar.

“Somos países diversos, com culturas plurais, histórias entrelaçadas e desafios comuns. Partilhamos a convicção de que um mundo multipolar é mais propício à paz do que um planeta dividido por rivalidades estratégicas. Consideramos a cooperação um caminho mais promissor para a prosperidade do que a competição”, declarou ao ressaltar a centralidade da ASEAN como fator de equilíbrio geopolítico e econômico em um mundo em transformação.

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