Para o ministro das Cidades, é preciso que o mundo entenda in loco os problemas da região, e também seu potencial de oferecer soluções contra o aquecimento global
O ministro das Cidades, Jader Filho, afirma que o presidente Lula foi corajoso ao escolher uma cidade amazônica para sediar a COP 30. Segundo o ministro, é importante que pessoas que veem a Amazônia a partir de um imaginário ou de informações terceirizadas entendam a realidade como ela é. Para que entendam os problemas da região, mas também seu potencial de soluções, tanto locais quando para o planeta, em pleno centro dos debates sobre mudança climática.
Nesta entrevista a Graziele Bezerra, do Canal Gov, Jader observa ainda as transformações levadas pela COP à infraestrutura urbana e às condições de vida que ficarão como legado para Belém. Confira (ou clique aqui para ver e ouvir a entrevista).
Ministro, as pessoas que vieram aqui para a cúpula já podem perceber as melhorias na infraestrutura que foram feitas na cidade de Belém?
Sem dúvida alguma, Belém recebeu uma infraestrutura por conta da COP 30 que fez diversas transformações na cidade. Obras de macrodrenagem que vão encerrar com alagamentos em diversos bairros da periferia da nossa cidade. Obras de mobilidade urbana como o BRT metropolitano, que vai interligar toda a região metropolitana com transporte público de qualidade, com ar-condicionado, Wi-Fi. Assim as pessoas chegam com mais velocidade às suas casas e, com isso, sobra um tempinho para ficar com a família, para poder estudar.
Então a gente fica muito feliz de ver a cidade, também, com equipamentos que vão melhorar o turismo. Como o aeroporto de Belém, que dobrou sua capacidade, o porto do Oteiro, que está preparado para receber transatlânticos. E tantos equipamentos que deixaram Belém mais bonita. Belém com certeza vai fazer um grande papel com a recepção de grandes líderes que estão discutindo o futuro do nosso planeta.
Eu, como paraense, eu como cidadão de Belém, fico muito feliz e honrado de poder ver a nossa cidade, a cidade de Belém, no centro das discussões sobre o clima no mundo.
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O presidente Lula tem dito com frequência que quer que o mundo conheça a Amazônia. O senhor acha que já é possível, para os participantes que já têm chegado a Belém, conhecer um pouquinho mais da Amazônia?
Sem dúvida nenhuma. Primeiro, o presidente Lula foi muito corajoso em ter escolhido uma cidade amazônica para sediar esse momento tão importante. Porque as pessoas quando falam da Amazônia falam a partir de uma opinião, falam a partir de um documentário, mas nunca vieram aqui para entender quais são os problemas e as potências, as soluções que partem da Amazônia.
Escolha extraordinária permitir que as pessoas possam compreender que nós temos duas Amazônias: a Amazônia da Floresta e a Amazônia das Cidades, e a maioria dos cidadãos da Amazônia mora em cidades, como em Belém. E aqui essas pessoas querem ter direito a bons empregos, querem ter direito a uma infraestrutura, saneamento, uma infraestrutura de qualidade para poder criar as suas famílias.
Então eu acho que é extraordinário, é fundamental que nós possamos fazer a discussão do clima a partir desse que é o símbolo do clima no mundo, a nossa Amazônia. E que daqui possam partir soluções, que a gente pare de discutir, e comece a implementar. O nosso planeta tem pressa, a gente precisa de fato cuidar do nosso meio ambiente.
O aquecimento global é um perigo para a vida das pessoas, para o futuro do nosso planeta. E eu acredito que a partir de Belém, a partir dessas discussões, a gente vai se encaminhar para um futuro melhor para todos nós.
O que o Ministério das Cidades tem feito para que as cidades se adaptem às mudanças climáticas?
Tanto aqui em Belém, como em todas as partes do país, nós temos feito investimentos importantes em prevenção. Seja em contenção de encostas, para evitar que barrancos venham a deslizar em cima de casas, matando pessoas. Ou obras de macrodrenagem, para acabar com os alagamentos, alagamentos esses que também ceifam vidas, como aconteceu em diversas partes do Rio Grande do Sul no ano passado. Então são obras e investimentos que chegam a R$ 25 bilhões para todo o Brasil.
E nós vamos continuar trabalhando também com obras de BRTs, de VRTs, para que nós possamos reduzir as emissões a partir dos ônibus ou a partir do transporte público nas nossas cidades. Nós também vamos continuar investindo na renovação da frota, tirando ônibus velhos que fazem emissões que agridem o meio ambiente e colocando no lugar deles ônibus elétricos que trazem conforto, que têm ar-condicionado, Wi-Fi e ao mesmo tempo não agridem o meio ambiente.