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Governo

João Brant: ‘A desinformação reforça o negacionismo, dificulta e atrasa a ação climática’

13 de novembro de 2025
João Brant: 'A desinformação reforça o negacionismo, dificulta e atrasa a ação climática'
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Em entrevista ao Canal Gov nesta quinta (13), o secretário de Políticas Digitais falou sobre a importância da integridade da informação no combate à crise climática

A Declaração sobre a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas na COP 30 foi lançada nesta quarta-feira (12/11). É a primeira vez que o tema entra para a agenda de ação da Conferência do Clima, estabelecendo compromissos internacionais para combater a desinformação climática e promover informações precisas e baseadas em evidências sobre o clima.

Para o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), João Brant, o enfrentamento das informações falsas, que fomentam o negacionismo, é mais um dos legados da COP para o mundo.

A desinformação sobre o clima tem dois impactos muito problemáticos. Primeiro, atrasa a nossa reação. Faz a sociedade ficar se perguntando se esse tema é tão urgente assim. Além de tudo, tira do trilho a nossa reação, nos tira do rumo do enfrentamento aos problemas da crise climática e, portanto, da mobilização na direção da ação climática.”

A declaração lançada nesta quarta pede aos governos, ao setor privado, à sociedade civil, à academia e aos financiadores para que tomem medidas concretas para combater o crescente impacto da desinformação, de falsas informações, do negacionismo e dos ataques deliberados contra jornalistas ambientais, defensores, cientistas e pesquisadores que prejudicam a ação climática e colocam em risco a estabilidade da sociedade.

“É a primeira vez que esse tema vai para a agenda, tanto com a agenda de ação como a agenda de negociação e a gente espera que seja a primeira de muitas, que o tema permaneça, e que a gente possa ter ações concretas, porque o nosso tempo urge, a gente precisa agir agora, não adianta a gente jogar esse problema e empurrá-lo com a barriga”, destacou o secretário em entrevista a Graziele Bezerra, do Canal Gov, nesta quinta-feira (13/11). 


Acesse aqui a página oficial da COP 30 • E aqui a lista de notícias da COP 30 na Agência Gov


Assista a entrevista ou leia a seguir:

João, para começar a nossa conversa, eu queria que você falasse para a gente, explicasse o que é essa iniciativa global contra a desinformação climática.

Essa é uma ação de vários governos juntos, liderado pelo Brasil, pela ONU e pela Unesco, a partir da constatação de que nós temos um problema muito grande em cima da mesa. A desinformação sobre o clima tem dois impactos bastante problemáticos. Primeiro, ela atrasa a nossa reação.

Ela faz a sociedade ficar se perguntando se esse tema é tão urgente assim. E, além de tudo, ela tira do trilho a nossa reação, ela nos tira do rumo certo, do enfrentamento aos problemas da crise climática e, portanto, da mobilização na direção da ação climática. A gente precisa entender que, quando a gente coloca em questão se há, de fato, um problema de aquecimento global neste momento, nós estamos fazendo com que o mundo diminua a sua capacidade de reação, diminua o seu tempo de reação e é por isso que esses países juntos, que é a ONU, a Unesco e a própria ONFCCC, que é quem promove a convenção e acompanha a convenção do clima, resolveram atuar para enfrentar esse problema no tamanho que ele tem.

E a adesão dos países é uma adesão voluntária? Como é que foi esse convite? 

É uma adesão voluntária. Esse processo começou no final da nossa presidência do G20, no final de 2024 e aí a gente começou a chamar vários países, países em desenvolvimento, países desenvolvidos para que pudessem contribuir. E o que é essa iniciativa na prática? Primeiro, a gente quer articular a reação desses países ao problema, fazer com que essa reação seja convergente e possa mirar os problemas certos.

Isso significa também apoiar projetos, projetos da sociedade civil e se articular com as redes pesquisadoras para poder ter mais evidências, mais claro o que é o problema e como ele se apresenta hoje e, portanto, que a gente tenha a capacidade de ter reações coordenadas. Isso significou, então, o Brasil fez uma doação para um fundo mantido pela Unesco e a gente está buscando captar recursos para esse fundo. Há hoje uma demanda de mais de 300 projetos já aprovados nesse sentido da reação.

A outra coisa foi mostrar melhores práticas, ou seja, aquilo que já é feito hoje, aquilo que já tem vários grupos atuando nessa pauta e jogar luz sobre isso. E a terceira e talvez mais simbólica aqui nesse momento da COP é o fato da gente trazer esse tema para dentro do processo da COP. A COP nunca tratou a integridade da informação como um tema central, ele vinha discutindo lateralmente algumas questões de acesso do público às informações climáticas, mas a gente deixou muito claro e acho que o presidente Lula, na abertura dos trabalhos da COP, também salientou isso com muita clareza, que o problema da desinformação ele reforça o negacionismo e dificulta e atrasa a ação climática.

A desinformação não é nova, mas com o advento das redes sociais ela ganha mais força. Ela ganha mais força porque ela se combina um pouco com a lógica dos algoritmos das redes sociais. Os algoritmos eles promovem aquilo que gera mais polêmica, eles promovem aquilo que tende a gerar mais discussão e isso às vezes pode ser positivo, mas às vezes é negativo.

E aí tem vários estudos internacionais mostrando que a mentira corre muito mais rápido e alcança mais longe do que a verdade nas redes sociais. Então é por isso que é preciso também reconhecer que embora a desinformação não seja um problema novo, a maneira como ela se espalha e a velocidade que ela se espalha, o seu alcance, são bastante mais graves nesse momento. E como é que a gente faz para despertar nas pessoas essa necessidade de combater essa desinformação? Como é que essa ação, essa iniciativa vai trabalhar com o público em geral? Eu acho que é um conjunto de esforços.

Os primeiros esforços não são diretamente com os indivíduos, são esforços institucionais de garantir primeiro parâmetros de transparência e de prestação de contas na publicidade digital, porque a gente vê hoje muito conteúdo publicitário impulsionado nas redes que promove desinformação climática. Nós temos uma parte da agenda que é conseguir apoio, mais apoio, mais recursos para esse fundo a que eu me referia, nós temos uma parte da agenda que é trazer mais países. Ontem a gente teve um lançamento de uma declaração muito importante que reúne os 12 países que estão já envolvidos na história, países da América Latina, países europeus, países como Canadá, da América do Norte e países africanos, para a gente conseguir de fato chamar atenção e chamar responsabilidade, tanto os governos quanto as empresas privadas, organismos internacionais, sociedade civil e academia.

Você falou que já tem iniciativas de combate à desinformação climática, você pode dar um exemplo dessas iniciativas para a gente? 

Olha, você tem alguns projetos super interessantes que tentam justamente fazer uma disputa pela informação verdadeira e por uma informação, na verdade, baseada na ciência e nas evidências, que usam jogos, que usam mecanismos divertidos, que usam influenciadores, que conseguem dialogar com o público jovem, que trazem exemplos de uma forma saborosa e direta para a população. Você tem iniciativas como da Wikimedia Foundation, aquela que mantém a Wikipédia, de promover mais e mais informação sobre mudança do clima de maneira bastante precisa e envolvendo produtores de conteúdo e as próprias redes sociais têm algumas iniciativas positivas nesse sentido, mas o problema é que é preciso enfrentar o copo meio vazio. Quando as redes sociais deixam o algoritmo promover a desinformação climática, elas estão, às vezes, anulando efeitos positivos de algumas ações que elas já fazem, nesse sentido que a gente quer avançar.

Então, a COP 30 é realmente o ambiente propício para dar mais corpo para essa iniciativa de combate à desinformação? 

Sem dúvida, e eu acho que é muito positivo que a COP 30 deixa isso como um legado. É a primeira vez que esse tema vai para a agenda, é a primeira vez que esse tema vai para a agenda, tanto com a agenda de ação como a agenda de negociação e a gente espera que seja a primeira de muitas, quer dizer, que o tema permaneça, é nisso que a gente está trabalhando. O governo brasileiro está altamente empenhado nessa agenda, a presidência da COP, o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério de Relações Exteriores, temos trabalhado de forma muito articulada para que isso aconteça, permaneça e que a gente possa ter ações concretas, porque o nosso tempo urge, a gente precisa agir agora, não adianta a gente jogar esse problema e empurrá-lo com a barriga.

Assuntos Governo
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