A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Ministério dos Transportes concluíram, nesta quinta-feira (23/10), mais um marco na nova rodada de concessões rodoviárias do Paraná. O Lote 4, que abrange 627,52 quilômetros de estradas federais e estaduais, foi arrematado pela EPR (Empresa Paranaense de Rodovias), com desconto de 21,3% sobre a tarifa básica de pedágio. O leilão ocorreu na B3, em São Paulo, e contou com a participação de outros três grupos: Pátria, Mota-Engil e Motiva (ex-CCR).
O quarto lote de concessões rodoviárias do Paraná compõe uma carteira de seis projetos de estradas que já foram ou serão transferidos à iniciativa privada no estado. Na próxima quinta-feira (30/10), será leiloado o Lote 5, novamente na B3, em São Paulo, englobando outros 430,78 quilômetros de estradas no oeste e noroeste do estado, completando uma nova fase de investimentos e transformações nas estradas paranaenses.
Com contrato de 30 anos de duração, o projeto arrematado hoje prevê investimentos de cerca de R$ 18 bilhões, sendo R$ 10,8 bilhões em obras, R$ 5,6 bilhões em manutenção e conservação, além de R$ 2 milhões de recursos vinculados. O trecho liga Cornélio Procópio a Guaíra e Maringá a Nova Londrina, conectando polos estratégicos para o escoamento da produção agrícola, industrial e o deslocamento de milhares de paranaenses todos os dias.
Entre as principais obras previstas estão 231,96 quilômetros de duplicações, com destaque para a PR-323, entre Maringá e Guaíra, que ganhará mais de 150 quilômetros duplicados. O contrato inclui ainda 87,11 km de faixas adicionais, 39,59 km de vias marginais, 74 passarelas, 174 pontos de ônibus, 8 passagens de fauna, 18 barreiras acústicas e 28 caixas de contenção de produtos perigosos — intervenções que vão trazer mais segurança, fluidez e conforto aos usuários.
Quatro contornos também estão no pacote de melhorias: Londrina (norte), Maringá (sul), Nova Londrina e Itaúna do Sul. Além disso, cinco novas praças de pedágio serão instaladas nas rodovias estaduais, ampliando a cobertura para trechos que nunca haviam sido concessionados.
O diretor-geral da ANTT, Guilherme Theo Sampaio, destacou que o resultado do leilão reforça o protagonismo do Paraná no programa federal de concessões. “Teremos as próximas quatro semanas seguidas de leilões. Parabéns à EPR pela conquista — vocês sabem o quanto é bom fazer parte do Programa de Concessão Federal, o programa da série A de leilões. Não é à toa que, neste processo, já tivemos dez novos entrantes”, destacou.
Ele também ressaltou o papel estratégico do programa e a credibilidade da ANTT. “É um momento especial para dar sequência ao maior programa de concessões rodoviárias do planeta. O Paraná e o Brasil têm entregado o que há de melhor em infraestrutura para a população e para o produtor. Isso só é possível porque são projetos bem estruturados, alinhados à Infra SA, e conduzidos com segurança, transparência e credibilidade”, completou o diretor-geral.
Em seu discurso, ele lembrou ainda que o sucesso dos leilões é resultado de um trabalho coletivo e de longo prazo. “Mais do que falar de projeto, é falar de gestão, de regulação e de fiscalização — pilares que atraem investidores e garantem a sustentabilidade dessas concessões. Isso só é possível graças aos servidores públicos abnegados, comprometidos e dedicados, que mesmo diante dos desafios orçamentários e de pessoal, nunca deixaram de entregar o melhor para o país”, celebrou.
De acordo com o cronograma da ANTT, a assinatura do contrato com a EPR deve ocorrer até 6 de fevereiro de 2026. A cobrança nas nove praças — cinco novas e quatro já existentes — deverá começar após a conclusão das etapas contratuais e de implantação dos sistemas operacionais.
Com os Lotes 4 e 5, a ANTT avança na quinta etapa do programa de concessões no Paraná, reafirmando o compromisso com a modernização e a segurança das rodovias. São investimentos robustos que trarão benefícios diretos à população, ao transporte de cargas e ao desenvolvimento regional. Na prática, os usuários ganharão estradas mais seguras, atendimento médico de emergência, monitoramento 24 horas, sinalização moderna e pontos de parada adequados. A iniciativa também deve gerar milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia local e fortalecendo cadeias produtivas ligadas ao transporte, à indústria e ao agronegócio.
Por Agência Nacional de Transportes Terrestres