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Governo

Lula destaca a líderes globais a importância da transição energética contra a mudança do clima

7 de novembro de 2025
Lula destaca a líderes globais a importância da transição energética contra a mudança do clima
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Ao participar de sessão sobre transição energética na Cúpula de Líderes da COP 30, Lula destacou que as decisões dos países em relação ao setor energético definirão o sucesso ou o fracasso na batalha contra a mudança do clima

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Pobreza energéticaFuturoConfira a íntegra do discurso do presidente Lula

A transição energética foi o tema da segunda sessão temática da mesa de líderes na Cúpula do Clima, nesta sexta-feira (7/11), em Belém (PA). Aos presentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o planeta não comporta mais o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis e destacou a importância de fazer a transição para fontes de energias limpas.

“A transição energética representa um novo paradigma de desenvolvimento e uma grande oportunidade para promover transformações estruturais na sociedade e na economia. Em 2023, o setor foi responsável por 10% do crescimento do PIB global e empregou 35 milhões de pessoas”, disse Lula.

O presidente afirmou que, apesar dos avanços, no ano de 2024 foi registrado novo recorde de emissões de carbono do setor energético, o maior índice desde 1957. E que os incentivos financeiros muitas vezes vão no sentido contrário ao da sustentabilidade.

“As decisões que tomarmos com relação ao setor energético definirão nosso sucesso ou nosso fracasso na batalha contra a mudança do clima”, afirmou.

Segundo ele, a ciência e a tecnologia permitem às nações evoluir de forma segura para um modelo centrado nas energias limpas. “Já sabemos que não é preciso desligar máquinas e motores, nem fechar fábricas ao redor do mundo de um dia para o outro”.

Pobreza energética

Lula defendeu o combate a todas as formas de pobreza energética e apresentou dados os participantes da sessão temática. Ele citou que 2 bilhões de pessoas não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar, 200 milhões de crianças frequentam escolas sem acesso à luz elétrica e 660 milhões de pessoas usam lamparinas ou geradores a diesel em periferias e áreas rurais da América Latina, da África e da Ásia.

“Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global”, disse.

Futuro

Lula afirmou que a COP 30 será um passo decisivo para o futuro. “Nesta COP, os negociadores devem buscar o entendimento. E nós, os líderes, devemos decidir se o século 21 será lembrado como o século da catástrofe climática ou como o momento da reconstrução inteligente”.

Confira a íntegra do discurso do presidente Lula

As decisões que tomarmos com relação ao setor energético definirão nosso sucesso ou nosso fracasso na batalha contra a mudança do clima.

Foram necessárias 28 COPs do clima para nos comprometermos, em Dubai, com uma transição energética justa, ordenada e equitativa.

A Terra não comporta mais o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis que vigorou nos últimos 200 anos.

75% das emissões de gases do efeito estufa têm origem na produção e no consumo de energia.

Não podemos nos omitir ou intimidar diante da magnitude desse dado.

Já sabemos que não é preciso desligar máquinas e motores, nem fechar fábricas ao redor do mundo de um dia para o outro.

A ciência e a tecnologia nos permitem evoluir de forma segura para um modelo centrado nas energias limpas.

Essa transformação já está em curso.

O uso de renováveis triplicou nos últimos dez anos.

No primeiro semestre de 2025, a energia renovável se tornou a maior fonte individual de geração de eletricidade no mundo, ultrapassando o carvão.

Em muitas regiões, as energias solar e eólica já são mais baratas do que a gerada por combustíveis fosseis.

O preço das baterias caiu 90%.

O Brasil não tem medo de discutir a transição energética.

Somos líderes nessa área há décadas.

Ainda nos anos 1970, fomos o primeiro país a investir em larga escala em alternativas renováveis.

90% da matriz elétrica nacional provém de fontes limpas.

Também somos pioneiros no desenvolvimento de motores flexíveis e o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.

Nossa gasolina tem 30% de etanol em sua composição e nosso diesel conta com 15% de biodiesel.

O etanol é uma alternativa eficaz e imediatamente disponível para adoção nos setores mais desafiadores, como a indústria e os transportes.

É lamentável que pressões e ameaças tenham levado a Organização Marítima Internacional a adiar esse passo.

A transição energética representa um novo paradigma de desenvolvimento e uma grande oportunidade para promover transformações estruturais na sociedade e na economia.

Em 2023, o setor foi responsável por 10% do crescimento do PIB global e empregou 35 milhões de pessoas.

É impossível discutir a transição energética sem falar dos minerais críticos, essenciais para a confecção de baterias, painéis solares e sistemas de energia.

Para gerar emprego e renda e gozar de segurança energética, os países em desenvolvimento precisam participar de todas as etapas dessa cadeia global de valor.

Senhoras e senhores,

Apesar dos avanços, 2024 registrou novo recorde de emissões de carbono do setor energético, o maior índice desde 1957.

Os incentivos financeiros muitas vezes vão no sentido contrário ao da sustentabilidade.

No ano passado, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder 869 bilhões de dólares para o setor de petróleo e gás.

Desde a adoção do Acordo de Paris a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética global diminuiu apenas de 83% para 80%.

O conflito na Ucrânia reverteu anos de esforços para redução de emissões de gases de efeito estufa e levou à reabertura de minas de carvão.

Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático.

Não haverá segurança energética em um mundo conflagrado.

É fundamental combater todas as formas de pobreza energética.

2 bilhões de pessoas não têm acesso a combustíveis adequados para cozinhar.

660 milhões de pessoas dependem de lamparinas ou de geradores a diesel nas periferias das grandes cidades e nas comunidades rurais da América Latina, da África e da Ásia.

200 milhões de crianças frequentam escolas sem acesso à luz elétrica.

Sem energia, também não há conexão digital, hospitais funcionando ou agricultura moderna.

Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, andaremos em círculos.

Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global.

Há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívida por financiamento de iniciativas de mitigação climática e transição energética.

Direcionar parte dos lucros com a exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento.

O Brasil estabelecerá um Fundo dessa natureza para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática.

O mundo precisa de um mapa do caminho claro para acabar com essa dependência dos combustíveis fósseis.

É tempo de diversificar nossas matrizes energéticas, ampliar as fontes renováveis e acelerar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis.

Isso requer alguns compromissos centrais:

Em primeiro lugar: implementar o acordo de Dubai de triplicar a energia renovável e de dobrar a eficiência energética até 2030.

Em segundo lugar: colocar a eliminação da pobreza energética no centro do debate e incluir metas de cocção limpa e de acesso à eletricidade nos planos climáticos nacionais.

Em terceiro lugar: aderir ao Compromisso de Belém para quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035 e acelerar a descarbonização dos setores mais desafiadores.

Os cientistas já cumpriram seu papel.

Nesta COP, os negociadores devem buscar o entendimento.

E nós, os líderes, devemos decidir se o século XXI será lembrado como o século da catástrofe climática ou como o momento da reconstrução inteligente.

Muito obrigado.

Assuntos Governo
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