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Plano Nacional de Cuidados prevê visitas a idosos por cuidadores profissionais

16 de dezembro de 2025
Plano Nacional de Cuidados prevê visitas a idosos por cuidadores profissionais
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O nome dado a essa profissão é cuidador social. Uma das frentes do Plano Nacional de Cuidados integra atuação entre os sistemas Únicos de Saúde e de Assistência Social para visitação domiciliar

Tópicos da matéria
Ação intersetorial Cuidador social Decisão acertada

Um deslize durante o banho mudou em definitivo a rotina da família. Em decorrência da queda, Valdir Miguel da Silva, de 85 anos, passou a depender da cadeira de rodas para se locomover. A nova realidade impactou a esposa, também idosa, e os filhos, já adultos, que passaram a testar maneiras de lidar com a situação. Foi nesse cenário de dúvidas que o Programa Maior Cuidado entrou na casa da família, em Belo Horizonte, aliando atendimento em saúde e assistência social.

A iniciativa é referência no cuidado domiciliar de pessoas idosas em vulnerabilidade – proposta que integra o Plano Nacional de Cuidados – Brasil que Cuida. O plano foi estruturado de forma intersetorial, envolvendo diversas frentes de promoção ao cuidado com a contribuição de diferentes pastas, entre elas, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

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Uma das novidades trazidas pelo plano é a regulamentação, a nível nacional, da profissão de cuidador social. A atuação do profissional se dará a partir de visitas periódicas à casa dos idosos beneficiários , como já ocorre no programa mineiro Maior Cuidado. Foi por meio da iniciativa que a família de Valdir Miguel conheceu o trabalho de Antônio Campolino. No apartamento onde vive o idoso, a chegada do cuidador é aguardada com entusiasmo, semanalmente.

A atividade desenvolvida pelo cuidador social abrange a atenção à saúde e aos vínculos sociais, conforme relatou Antônio. “A rotina com o senhor Valdir é ofertar a ele o banho, no tempo dele e da forma melhor possível, para ele também se sentir confortável. Depois, a gente procura alguma atividade, talvez escutar uma música ou fazer um passeio na comunidade, para conversar com alguns amigos que ele não vê há um tempo”, contou.

Após Valdir sofrer a queda durante o banho, foi hospitalizado. Então, passaram cerca de quatro meses entre a alta hospitalar do idoso e o pedido da família para ingressar no Programa Maior Cuidado. Tempo que foi necessário para a esposa dele, Helena da Silva, e a filha do casal, a artista Suzana Cruz, se adaptarem à ideia de terceirizar o cuidado de Valdir a alguém de fora do núcleo familiar.

“Desde que eu me entendo por gente, eu sempre vejo os familiares cuidando dos seus idosos, e aí, quando chegou a nossa vez, por causa da cadeira de rodas, a gente estava sem saber como lidar”, afirmou Suzana. “Eu sentia culpa, porque na minha cabeça era a minha obrigação cuidar dele, como a filha mulher. É até um pensamento machista, mas é a forma como eu fui criada”, desabafou.

Suzana então tomou a frente para a família ingressar no programa de visitação domiciliar. Um dos requisitos é estar com a inscrição no Cadastro Único atualizada. “Era minha obrigação cuidar de quem cuidou de mim, mas aí, percebi que eu precisava de ajuda, principalmente a psicológica, porque foi um baque para todo mundo. E foi a melhor decisão que eu tive, de reconhecer que eu precisava de ajuda”, prosseguiu.

Ação intersetorial

Conforme a assistente social Ana Cristina da Silva, que também é analista de Políticas Públicas na prefeitura de Belo Horizonte, a demanda espontânea por participação no programa chega via Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro de Saúde, como é o caso da família de Valdir. Por outro lado, há também uma ação proativa da gestão, que identifica as famílias na realização da busca ativa do público prioritário do programa.

“Além do Cadastro Único atualizado, outros critérios de inserção no programa são que as famílias morem em territórios de vulnerabilidade e tenham na composição idosos que dependam de cuidados de terceiros. Com isso, a família vai passar por uma avaliação realizada pelos técnicos da assistência social e da saúde”, explicou Ana Cristina. O atendimento domiciliar está previsto no Estatuto do Idoso. “O Programa Maior Cuidado responde a isso”, afirmou a assistente social.

A rotina de cuidado ao idoso é desenvolvida a partir de diagnósticos de técnico atuantes do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e Sistema Único de Saúde (SUS). “As equipes têm papel fundamental para discutir as necessidades, tanto na área da saúde quanto da assistência social, que vão estabelecer as atividades realizadas pelo cuidador”, ressaltou Ana Cristina.

Cuidador social

A secretária nacional da Política de Cuidados e Família do MDS, Laís Abramo, defendeu que o atendimento domiciliar permite um estímulo qualificado à pessoa idosa, além de estender o cuidado ao familiar, muitas vezes, sobrecarregado pela atribuição que acabou sendo imposta.

“É importante, muitas vezes, para deter a perda de funcionalidade e reparar uma série de questões, como reativar as capacidades dessa pessoa idosa. E libera o tempo desse familiar que cuida que, na maioria das vezes, é uma mulher, para ela descansar, cuidar da sua saúde, desenvolver alguma atividade, de estudo ou de trabalho e geração de renda”, declarou Laís Abramo.

“É claro que a família tem um papel muito importante no cuidado, mas a família sozinha não dá conta, principalmente, nessa realidade que as famílias estão cada vez menores e a expectativa de vida está se estendendo. É por isso que são necessárias políticas públicas para essa questão, porque, senão, acaba que apenas as pessoas com muitos recursos econômicos podem acessar o cuidado”, ponderou.

Decisão acertada

Em Belo Horizonte, o idoso Valdir Miguel e o cuidador Antônio Campolino criaram um vínculo. “Agora eu posso conversar. Eu converso mal, mas o que eu posso falar. Ninguém vive sem conversar, sem entender. Uma coisa vem com a outra. Faz parte da vida”, afirmou Valdir, sorridente, durante passeio pela vizinhança em uma manhã de sol.

“Todo dia a gente aprende. A gente aprende com o olhar do idoso. A gente aprende a valorizar a vida. A gente aprende que a união familiar é muito importante, e que a nossa profissão também é uma profissão importante”, afirmou o cuidador social. “Acho importante ter mais homens também no cuidado, como a mulher está em todos os lugares, o homem também tem que estar”, complementou Antônio.

Livre do sentimento de culpa e ciente de que segue desempenhando seu papel como filha, a artista Suzana ressaltou que buscar suporte no programa de visitação domiciliar da capital mineira foi uma decisão acertada para toda família.

“Confia, se dê uma oportunidade de ter um respiro. Não acha que você é super-heroína, que vai dar conta de tudo. Se tiver desconfiança, fica junto da pessoa enquanto ela cuida, mas se dê uma chance de descansar. Para a gente que é mulher preta, que vem de uma realidade social diferenciada, você cresce achando que tem que dar conta de tudo. E aí, quando chega uma situação que a vida te coloca em xeque-mate, você vê que é um ser humano que precisa de ajuda”, concluiu Suzana.

Por Ministério do Desenvolvimento Social

Assuntos Governo
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