Secretário-executivo falou sobre potencial do cultivo de algas para a segurança alimentar das comunidades costeiras e o papel do MPA na Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI)
Nesta quarta-feira (19/11), o secretário-executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Edipo Araujo, participou do painel Seaweed and aquatic foods : blue solutions for climate resilience (Algas marinhas e alimentos aquáticos: soluções azuis para a resiliência climática, em tradução livre), apresentando um tema emergente para a aquicultura e para o meio ambiente: a algicultura. O painel foi promovido por diversas organizações internacionais de fomento da aquicultura, na COP 30, em Belém.
Em seu discurso, Edipo falou sobre a relevância do cultivo de alga s como solução climática emergente. “As algas constituem uma nova fronteira verde, com aplicações diversas — alimentos, bioinsumos , fibras, cosméticos, fármacos, bioplásticos, tecidos biodegradáveis e energia renovável. No Nordeste brasileiro, o cultivo de macroalgas já desempenha papel relevante na adaptação de comunidades costeiras, que reúnem condições naturais ideais e tradição pesqueira consolidada”, declarou.
Além disso, o secretário-executivo afirmou que o desenvolvimento de iniciativas de pesca e aquicultura sustentáveis, como a algicultura , tem sido uma prioridade do Ministério. “O Brasil possui 215 milhões de consumidores, setores alimentares maduros, 8.500 km de litoral, mais de 600 espécies nativas de algas e milhares de comunidades que podem se beneficiar da atividade. Para ampliar o papel das algas nas estratégias climáticas, o MPA estabeleceu parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, para desenvolver o Inventário de Gases de Efeito Estufa da Aquicultura Brasileira, fortalecendo a base científica do setor”, completou.
Colaboração internacional
Edipo Araujo também destacou a importância de reforçar a colaboração entre os países, já que a produção de algas ainda se concentra nas mãos de poucos , já que China, Indonésia e a Coreia do Sul representam 90% da produção mundial. “ O comércio internacional carece de padronização, embora o setor movimente fluxos relevantes. Com investimentos relativamente baixos, há potencial para ampliar a produção global e fortalecer cadeias produtivas resilientes, diversificadas e ambientalmente responsáveis”, destacou.
O cultivo de algas também foi assunto no painel “Promoção de Ações de Mitigação das Mudanças Climáticas por meio da Agricultura, Florestas e Blue Carbon , realizado na terça -feira ( 18/11). Este painel foi realizado no pavilhão do Japão, na Blue Zone, um dos espaços de discussão da COP30 , e contou com a participação de representantes do governo japonês, de outros ministérios brasileiros, da sociedade civil , de setor acadêmico e do setor produtivo.
Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI)
Durante o s paineis, o secretário-executivo aproveitou para falar sobre a Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI) , a qual o MPA pretende contribuir de modo significativo. “O objetivo é promover práticas sustentáveis de produção e comercialização de algas marinhas e continentais, estimular o crescimento inclusivo com produtores de pequena escala e fortalecer a cooperação internacional em sustentabilidade, comércio, ciência e inovação”, ressaltou.
A UNGSI é uma plataforma desenvolvida a partir de normas e padrões internacionais, com o objetivo de promover cadeias de valor inovadoras, pesquisa científica, inovação tecnológica, uso sustentável de ecossistemas de carbono azul, financiamento azul e capacitação n o setor .
O cultivo de algas como solução climática também será tema do painel “Algas: Bioinsumos aquáticos para sistemas alimentares resilientes, adaptados e sustentáveis”, organizado pelo MPA, nesta quinta-feira (20/ 11)| das 11h15 às 12h15, no Pavilhão Brasil (Green Zone).